Site Oferece Interpretação Alternativa para "Sábados" de Colossenses 2:16 e 17

Desde os primórdios do Adventismo, certos textos paulinos tem servido de contínua dor de cabeça para os defensores do Sábado bíblico. Com a descoberta das verdades do Santuário Celestial, do Juízo Investigativo e da vigência de todos os preceitos do Decálogo, os primeiros adventistas viram, desde logo, a necessidade de formular respostas convincentes para os textos que aparentemente contrariavam suas doutrinas cardeais. Algumas dessas respostas, no entanto, não ficaram assim tão convincentes!

Um claro exemplo disso é a explicação geralmente dada à passagem de Colossenses 2:16 e 17, na qual se diz: "Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo."

A explicação confeccionada pelos teólogos adventistas foi a de que os "sábados" mencionados nessa passagem não são uma referência ao sétimo dia da semana e, sim, aos feriados anuais dos judeus, os quais a Bíblia também chama de "sábados" e que podiam cair em qualquer dia da semana. São eles o primeiro e o sétimo dia da Festa dos Pães Ázimos, a Festa de Pentecostes, a Festa das Trombetas, a Festa da Expiação e o primeiro e o oitavo dia da Festa dos Tabernáculos. Ver, por exemplo, Levítico 23:32, em que a Festa da Expiação, celebrada no décimo dia do sétimo mês, é denominada "Sábado de descanso solene".

Para fundamentar essa posição, as principais evidências apontadas pelos estudiosos adventistas são:

1. O Sábado do sétimo dia era apenas um, ao passo que a palavra "sábados" (no plural) em Colossenses 2:16 indica vários feriados.

2. O Sábado do sétimo dia era um verdadeiro memorial da Criação (passado), enquanto que os "sábados" de Colossenses 2:16 e 17 são classificados como "sombra das coisas que haviam de vir" (futuro).

Embora essa explicação seja fácil de se manejar e possa ser rapidamente entendida por qualquer um, carece de bases mais sólidas. O fato de essa posição ter alcançado lugar entre a irmandade, por prover uma rápida refutação contra o argumento de alguém que esteja combatendo o Sábado bíblico, não é razão suficiente para admiti-la, caso seja comprovada sua fragilidade.

A senhora White já se preocupava profundamente com o risco de os adventistas usarem argumentos inverídicos para defender a verdade:

"É importante que, ao defender as doutrinas que consideramos artigos fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que não sejam inteiramente retos. Eles podem fazer calar um adversário, mas não honram a verdade. Devemos apresentar argumentos legítimos, que, não somente façam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais profunda e perscrutadora pesquisa.

"Quanto aos que se preparam para debates, há grande perigo de que não lidem, com lisura em relação à Palavra de Deus." Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 311.

No que tange a Colossenses 2:16 e 17, a primeira pergunta que se faz aos que utilizam o argumentam dos "sábados cerimoniais" é a seguinte: Em todas as demais passagens do Novo Testamento em que a palavra "Sábado" é empregada, tais como Lucas 4:16; 23:56; e Atos 18:4, aceita-se que a referência seja ao sétimo dia. Apenas no texto de Colossenses 2:16, que desfavorece o entendimento adventista, seu sentido deve ser o de "feriados judaicos"? Não é preciso ser um exímio estudioso das Escrituras para perceber a fragilidade do raciocínio.

Ademais, as evidências apontadas para sustentar o pensamento tradicional sobre Colossenses 2:16 são fracos e podem ser contra-argumentados:

  1. O fato de a palavra "sábados" estar no plural, no texto em comento, não é nenhuma garantia, pois existem outras passagens escriturísticas, cuja referência claramente se admite como sendo ao Sábado do sétimo dia, que nomeiam esse dia pelo termo no plural. Por exemplo, Êxodo 31:13-17.
       
  2. Também não é verdade que o Sábado do sétimo dia tenha apenas um sentido comemorativo, como memorial da Criação, enquanto que as festas judaicas contêm apenas com um significado prefigurativo, como "sombra dos bens vindouros". Hebreus 4 claramente reconhece no Sábado um sentido prefigurativo, uma alusão ao descanso da graça, inaugurado por Jesus (Hebreus 4:4, 9 e 10; Mateus 11:28-30).
       
    Por outro lado, as festividades judaicas não eram somente tipos de coisas futuras. O primeiro dia dos Pães Asmos, por exemplo, relembrava a libertação da servidão do Egito (Êxodo 12:17). Em resumo, tanto o sétimo dia da semana quanto as festas anuais de Israel dispunham dos aspectos comemorativo e prefigurativo; portanto, a declaração de Colossenses 2:17 não pode ser usada como divisor de águas nessa questão.

Na verdade, aplicar os "sábados" de Colossenses 2:16 aos feriados anuais dos judeus é quebrar a lógica da própria passagem, pois, sendo assim, como ficariam as "festas" também mencionadas no texto? Que sentido faria a dupla menção aos feriados dos judeus (dia de festa e sábados)? Adotar tal interpretação tornaria redundante o texto bíblico. Contra essa constatação, os defensores da posição tradicional não possuem resposta convincente.

Há muito tempo que a explicação tradicional para Colossenses 2:16 tem causado certo desconforto para uma boa parte dos adventistas do sétimo dia. Kenneth H. Wood diz que "indivíduos aqui e ali tem reconhecido que os argumentos usados para apoiar essa posição não são imperativos [ou definitivos]". (Wood, Kenneth H., The "Sabbath Days of Colossians 2:16 e 17, matéria antes disponível no site do Biblical Research Institute: http://biblicalresearch.gc.adventist.org).

É importante observar que a senhora White nunca comentou o assunto específico da interpretação de Colossenses 2:16. Portanto, não há respaldo do Espírito de Profecia para a interpretação tradicional.

Qual seria, então, a real explicação para esse texto difícil dos escritos de Paulo? Qual seria o sentido da expressão "dia de festa, ou lua nova, ou sábados"? Aqueles que desejarem maiores esclarecimentos sobre essa passagem poderão obtê-los no site "Profecias Bíblicas", através do link mencionado abaixo.

Além de um estudo sobre esse assunto na seção "Perguntas dos Internautas", o site "Profecias Bíblicas" conta também com outros fantásticos estudos bíblicos, que poderão ser acessados através do endereço: www.profecia.com.br.

Que Deus possa abençoar a todos aqueles que se dispuserem a conhecer melhor os fundamentos bíblicos da mensagem adventista para que possam ser obreiros "que não têm de que se envergonhar, que manejam bem a palavra da verdade". 2 Timóteo 2:15 (adaptado). -- Henderson H. L. Velten, Editor do site "Profecias Bíblicas".


Explicação Mais Simples

"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo."

Se por um lado a explicação anterior, tratando destes sábados como as festas judaicas carece de argumentos bíblicos mais sólidos, tampouco esta explicação (metonímia) irá satisfazer os reclamos dos sinceros, sejam eles adventistas ou não. Por quê? Porque a palavra de Deus foi escrita para os simples, e absolutamente nenhuma passagem bíblica (mesmo as proféticas - simbólicas ou não) necessitam de conhecimento aprofundado das regras da gramática.

Na verdade, somente o espírito pode revelar as coisas de Deus e, em segundo lugar, os princípios usados em: parábolas (por comparação, com uma lição central, por profecias (símbolos, por decodificação na própria bíblia,) literais (no seu máximo sentido). Mas nenhuma delas depende de qualquer regra de interpretação que fuja daquelas contidas na própria palavra de Deus. Se a figura de linguagem deve valer como regra neste texto, também deve ser aplicada nos outros. Paulo, inspirado por Deus, não registraria o que lhe foi revelado, incluindo aí uma regra de feitura humana que iria variar conforme a cultura de cada país, e que limitaria a compreensão de suas cartas (ainda que em parte) a uns poucos que entendessem de semântica ou qualquer outra coisa do gênero.

O versículo 14 deste mesmo capítulo diz: "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz."

O versículo acima mostra que Jesus riscou uma cédula que era (de alguma maneira contrária). Ora, as festas anuais e mesmo os sacrifícios nunca foram de nenhuma maneira contrárias aos judeus. Aliás, tanto fariseus quanto o povo comum orgulhavam-se destas festas, e encontravam alegria nelas. Os fariseus porque aumentavam seu poder e dinheiro, e o povo porque realmente acreditava nelas, mesmo aqueles que não compreendiam seu completo significado. 

É verdade que Jesus ao morrer na cruz acabou com o sistema de sacrifícios e tudo o que estava incluído como "sombras das coisas futuras". Mas é necessário notar que o santuário, ainda que destruído, não deixou de ser (para nós, os verdadeiros judeus espirituais) "figura do que há no céu", ou seja, estudando suas ordenanças, a posição dos móveis, suas medidas, sua disposição, estudando o trabalho do sacerdote e do sumo sacerdote, receberemos luz sobre o verdadeiro serviço que ocorre no céu. Cristo como Sumo Sacerdote.

Como exemplo apenas, vejamos as tábuas que compõem o tabernáculo: somando-se todas chegamos ao número de 48, acrescentando as 96 bases para cada tábua chegamos ao número 144. Este número não te lembra nada? E que tal a altura das tábuas? 10 côvados, que são aproximadamente 4 metros e meio, altura aproximada do homem perfeito (Adão) feitas de madeira de acácia (que simbolizam a humanidade, pois queimam) cobertas de ouro (que simbolizam a divindade, que não queimam) ou seja a humanidade revestida do "manto real de Cristo" pode resistir à manifestação da glória de Deus e permanecer ilesa.

Note ainda que a acácia era uma pequena árvore cheia de espinhos (símbolo do pecado) e estes espinhos-pecados deviam ser todos retirados para que pudessem fazer parte das tábuas que seriam usadas no tabernáculo (povo real, nação escolhida, sacerdócio santo). Veja que a parábola de Jotão apresenta as "árvores" que foram procurar um rei, mostrando que árvores simbolizam pessoas, ou ainda o texto bíblico de Isaias 56.3: "Eis que sou como uma árvore seca..." 

Voltando ao assunto, vemos que o santuário não é de graça nossa principal doutrina. Se o sábado nos distingue como servos de Deus, é o santuário que nos coloca como movimento profético. Assim, o texto de Colossenses está falando ...do comer... - obviamente aqui está inserindo também a lei levítica dos animais puros e impuros - ...do beber... - entram todas as bebidas não só alcoólicas mas também as "misturadas", ...dos dias de festa... (incluindo aqui todas as festas judaicas e obviamente todos os sábados festivos ou não, uma vez que complementa com ...ou dos sábados... e obviamente levando-nos ao verdadeiro dia de Deus, o sétimo dia. Mas, em primeiro lugar apresenta um "ninguém vos julgue".

O assunto aqui tratado não é se a lei está ou não em vigor. Todos os cristãos de colossos sabiam muito bem da validade da lei. Se havia algo sobre que todos os judeus sabiam falar era da lei. E todos aqueles que de alguma forma ouviram falar de judeus, ouviram da lei. Assim como hoje dificilmente encontramos alguém que não tenha ouvido falar da lei, a expressão-chave é: "Ninguém vos JULGUE". Primeiramente porque os judeus eram acostumados a julgar, tipo, quem não guardar o sábado está perdido, como se a revelação não deixasse claro que Deus tem os seus em outras igrejas que embora não guardem o sábado, fazem parte de seu povo.

A questão aqui é que Paulo queria levar os colossenses a compreender que o único que pode julgar é Cristo, pois ele é o único que conhece os corações e apenas a ele foi dada a capacidade de julgar, assim, o Espírito Santo nos pede através de Paulo que não condenemos os que não são de nossa fé, pelo comer, beber, domingos, ou dias santos, inclusive porque eles não tem a menor condição de compreender a validade da lei. "Porque a lei é espiritual e eles são carnais..." 

Somente quando compreendam o verdadeiro sacrifício de Cristo, recebam seu espírito, entreguem-se a ele passando a ser pessoas espirituais é que poderão compreender os reclamos do ...comer, beber, leis, etc. Neste caso, "não deis pérolas aos porcos". O porco não tem culpa de ser porco, ser porco não faz dele um animal menos amado por Deus, mas é um fato que ele não pode apreciar a beleza das pérolas, e vai acabar sujando todas elas, não lhes dando o valor que merecem...

Também somos chamados a não prestar atenção aos que nos julgam pelo "nosso" comer ou beber, não nos esqueçamos do mesmo capítulo no versículo 18 que diz: ...Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade... Ora, os fariseus gostavam de apresentar-se ao povo como pessoas humildes, ...que oram em pé nas esquinas, para serem vistos pelos homens... Era este pretexto de humildade que obrigava o povo a andar apenas 1 milha no sábado, que os fazia coar a água para não engolir um mosquito (impuro), ou ainda que proibia um que acabara de ser sarado pelo grande mestre, de levar o objeto de sua escravidão (o leito) para casa em dia de sábado.

Assim, o apóstolo nos adverte contra aqueles que...tentam tirar a liberdade que temos em Cristo..., fazendo do dízimo uma obrigação desgastante, do sábado um fardo, das leis de Deus um jugo desumano, ...atando pesados fardos aos lombos de homens, que vós mesmos nem com um dedo quereis mover... Vemos então que trata-se de não condenarmos os que não tem luz sobre o assunto, não nos esquecendo que somente Deus sabe os que compreendem e os que não, o que nos mostra que absolutamente não podemos julgar NINGUÉM, até porque a obra de acusação é a de Satanás, e finalmente compreender, como diz o versículo 14, que Cristo riscou "a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária". A cédula aqui exposta é a condenação que a lei trazia até Cristo. "Quem tem Cristo tem a vida, quem não tem a Cristo, não tem a vida." 

Cristo não excluiu a lei. "Não vim para destruir (a lei), vim para cumprir." Cristo excluiu a cédula que nos condenava. "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus..."

Essa lei que foi dada ao homem para seu benefício, encontra um homem que gosta do que é ruim, um homem que naturalmente é contrário a esta lei... "Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob a lei do pecado..." A lei me diz que não posso adulterar, fumar, beber, roubar, mas todos nós temos vícios, de uma ou de outra forma, então, de "alguma forma" aquilo que é para o nosso bem (a lei) é contrária aos nossos gostos naturais.

Observe Paulo, quando afirma em romanos 10: "E o mandamento que era para a vida achei eu que me era para a morte... Mas Deus sabe que se nos desse a lei e nos dissesse, se não cumprir tudo isso direitinho, você voce vai se perder. Sabe que todos aqueles que são sinceros e que realmente buscam fazer sua vontade encontrariam derrotas por vezes e acabariam desanimando ao perceber quão difícil seria tirar a nota dez que a lei requer. 

Assim, em primeiro lugar, ele tira a condenação que a lei propunha, foi isto que Jesus cravou na cruz, para que o homem não viva DEBAIXO DA LEI e sim, SOB A LEI, porque Cristo viveu SOB a lei; Exemplo: Você pode andar de carro (estar sob o seu assento) ou levar o carro para andar (nas costas).Se andar de carro, será um prazer, mas se tentar levar o carro nas costas, será um jugo terrível. Assim é a lei, Deus lhe pede que a guarde, ou seja, pede que ande de carro, mas ele não te pede que esteja debaixo da lei, que leve o carro nas costas, pois estando debaixo da lei ela te esmagará.

O preço que a lei exige é alto e, sem o sangue do cordeiro derramado na cruz do calvário, ninguém pode guardá-la no coração. Resumindo o problema da lei, seja ele no, comer, beber, luas novas, festas, sábados, devemos entender que a lei pede de todos a nota dez. O único que conseguiu esta nota foi Cristo, embora esteja ao alcance de todo o homem. Assim, se, no final das contas, após todo o teu esforço em guardar a lei, a nota que você tiraria seria 1, não se esqueça de que a nota dez de Cristo já está posta ao lado do teu nome no céu.

Porque a salvação não depende do que faço ou deixo de fazer, depende de se aceito ou não o que Cristo fez por mim. A parte de Deus é operar, é ele quem opera o querer e o efetuar. A parte do homem é cooperar, aceitar o que Deus fez em Cristo, e quer fazer no homem. Vale a pena notar que Cristo CUMPRIU a lei, a nos não é pedido que a cumpramos e, sim, que a GUARDEMOS.

Que a graça de Jesus, o amor de Deus o Pai, e a comunhão do Espírito sejam com todos, Amém.

Vosso irmão em Cristo, Rogério Buzzi

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