O Que a Doutrina da Trindade Revela e os Trinitarianos Não Ensinam

Algumas afirmações sobre Deus estão explicitamente colocadas na Doutrina da Trindade e, no entanto, os trinitarianos quando a defendem, jamais tocam em tais afirmações.

 

A Doutrina da Trindade claramente afirma que Deus não é uma pessoa mas sim "uma unidade de três pessoas co-eternas." (Nisto Cremos p. 31). Esta fantasmagórica "unidade de três pessoas co-eternas" se for apresentada como sendo uma pessoa, coloca os defensores da Trindade como criadores de um novo Deus, um Deus resultante da união de outros três.  

Dentro desta lógica trinitariana, agora passam a existir não apenas três pessoas divinas mas sim quatro. Três pessoas que já são conhecidas e a quarta que é a síntese das outas três. Esta quarta pessoa é quem é o Deus dos trinitarianos.  

É claro que os trinitarianos não podem admitir que na realidade eles ensinam isto e, na tentativa de fugir de sua loucura, eles transitam do triteísmo à despersonalização de Deus, passando antes porém, pelo modocionismo e pela destituição das pessoas divinas dos seus atributos incomunicáveis: onipotência, onipresença, imortalidade e oniciência.  

 

Triteísmo de Froom

A Doutrina da Trindade é triteísta quando afirma que as pessoas divinas sendo tão  distintas uma das outras, permanecem distintas até o ponto de não formarem uma nova pessoa. Se elas são distintas ao ponto de serem encaradas como pessoas individuais, então decididamente os trinitarianos estão falando não apenas de três pessoas, mas também de três Deuses.  

Para os trinitarianos,  o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Caso eles sejam pessoas individuais, como não admitir a existência de três Deuses ?  

Na tentativa de escaparem ao triteísmo, muitos trinitarianos mergulham no modocionismo. Para esta definição trinitariana, Deus é um só, uma única divindade que, dependendo da ocasião, faz uso de uma das suas três máscaras: Pai, Filho ou Espírito Santo.  

Em seu livro A Vinda do Consolador, o teólogo Leroy Edwin Froom, cai  justamente no erro da definição modocionista da Trindade.  

"Em nossa concepção da Trindade, tendemos a pensar em três deuses em vez de um. Nosso Deus é somente um (Deuteronômio 6:4); mas há três pessoas em uma única Divindade. (...) Assim a Divindade, sendo uma, manifesta-se como Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus disse: 'Eu e o Pai somos um.'" FROOM, Leroy Edwin. A Vinda do Consolador. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1988. p. 50  

Froom afirma que Deus é um e o chama de Divindade. As pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, são manifestações deste Deus Divindade. Froom não pode chamar a Divindade de pessoa sob o risco da criação de um quarto Deus.  

Assim, entrou em um círculo vicioso: se Froom afirmar que a Divindade é uma pessoa, ele cria um novo Deus; caso afirme que as outras três pessoas são reais, individuais, independentes entre si, possuidoras individual, real e distintamente de todos os atributos da divindade, Froom mergulha no mais abjeto politeísmo.   

Froom tentou escapar do triteísmo e mergulhou em um modocionismo melhorado que imagina pessoas divinas reais, mas, destituídas dos atributos divinos que são propriedades da Divindade impessoal.   

Os trinitarianos modocionistas tradicionais conseguem manter o unicidade de Deus ao proporem que as figuras do Pai, do Filho e do Espírito Santo, são apenas modos diferentes de manifestação do mesmo Deus. Deus, o ser primário, é único e pessoal, e as pessoas Pai, Filho e Espírito Santo, não são pessoas reais e, sim, pessoas virtuais que derivam virtualmente da pessoa matriz.  

O modocionismo tradicional não despersonaliza Deus e nem o divide, apenas virtualiza as três pessoas divinas.  

Esta explicação trinitariana não é aceita pelo catolicismo e nem pelo adventismo trinitariano catolicista em razão dela negar a pessoalidade real e integral das pessoas divinas.  

A explicação modocionista e triteísta da trindade não serve aos católicos e nem aos adventistas e estes precisam então encontrar uma outra explicação que satisfaça sua apostasia.  

 

 

Para fugir do modocionismo que usa máscaras e do triteísmo politeísta, é necessário a construção de uma nova categoria de pessoa, uma pessoa que possa ao mesmo tempo, ser ela mesma, conter outra  e estar em outra.  

Com essa nova categoria de pessoa, é então possível definir um Deus Triúno sem cair no modocionismo ou no triteísmo. Para fugir do modocionismo, a definição trinitaria afirma que as pessoas divinas são reais e jamais virtuais.  

Para escapar ao triteísmo, a definição trinitaria tira das pessoas que são reais e distintas, todos os atributos da divindade: imortalidade, onipotência, onisciência, onipresença. Os atributos pertencem agora não às pessoas, mas à substância, essência ou natureza que é comum às três pessoas.  

Assim, as pessoas possuem distinção real que as tornam pessoais, coisa que não ocorre com a substância, natureza ou essência. As pessoas distintas, são formadas pela substância, natureza ou essência que possui os atributos divinos e assim o ciclo é fechado formando o Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo.  

Substância, essência e natureza com atributos divinos e pessoas sem atributos divinos, eis o Deus dos trinitarianos.  

Este Deus trinitariano é claramente apresentado aos adventistas pelo falecido pastor Arnaldo Batista Christianini.  

"A negação da Trindade advém primeiramente de um grande erro: conceituar pessoas divinas como se conceituam pessoas humanas. 'Em teologia , como em qualquer outra ciência, há necessidade absoluta de alguns termos técnicos. Quando dizemos que há três pessoas distintas na divindade, não queremos com isso, dizer que cada uma delas é tão separada da outra , como  um ser humano está separado de todos os demais. Embora se diga que se amam, se ouçam, orem um aos outros, enviem um aos outros, testifiquem uns dos outros, não são no entanto, independentes entre si; porque como já dissemos, auto-existência e independência são propriedades, não das pessoas individuais, mas do Deus Triúno.'" CHRISTIANINI, Arnaldo B. Radiografia do Jeovismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1975. p. 95  

Como os leitores podem claramente perceber, para o pastor Christianini, as pessoas divinas não possuíam em si mesmas os atributos da divindade e nem eram totalmente separadas e independentes umas das outras.  

Toda esta confusão que está criada a respeito da pessoa de Deus, ocorreu simplesmente porque os homens, deixando a simplicidade do texto bíblico, correram atrás da sabedoria humana para aprender sobre Deus. Teria sido muito mais sensato, ter acreditado na Bíblia quando ela diz que: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu deu Filho unigênito, para todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16. -- Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de 20 anos, sob risco de exclusão por não crer na doutrina católico-romana da trindade.

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