RELIGIÃO Começa a Mais Concorrida Eleição para a Sucessão Papal
PARCIALMENTE EXTRAÍDO DA
REVISTA TIMES A especulação tornou-se mais intensa com o declínio do estado de saúde de João Paulo II – com quase 81 anos, ele apresenta sintomas do mal de Parkinson – e a agitação das atividades do Vaticano. Em fevereiro, 44 cardeais foram sagrados e em maio eles vão se reunir em Roma para discutir o catolicismo no novo milênio. Pular na frente na corrida sucessória é a fórmula para perdê-la. Mas esconder completamente o projeto também não é sábio. O ensaio do cardeal Carlo Maria Martini sobre a espiritualidade do evangelista Marcos é muito comentada. Já o cardeal Dionigi Tettemanzi publicou no ano passado um livro de 650 páginas sobre a bioética do novo cristão. Ray Flynn, ex-embaixador norte-americano na Santa Sé, é ao mesmo tempo idealista e realista sobre a não-declarada campanha para a sucessão papal. "É o Espírito Santo quem inspira a escolha, mas é preciso ter os requisitos necessários", diz. O ingresso recente de 11 cardeais da América Latina, onde metade dos católicos romanos vivem, sugere que é importante falar espanhol. Estar em forma também ajuda. Os 33 dias de pontificado de João Paulo I sublinharam a necessidade de um papa dinâmico, o que pode explicar a dedicação do cardeal colombiano Dario Castrillón Hoyos, de 71 anos, um dos principais nomes da lista de papáveis, aos exercícios. Ser moderado também não faz mal – muitos dos cardeais com menos de 80 anos (os elegíveis) são conservadores – 92% deles foram sagrados. Mas também é aceitável ter um propósito extremista de grande apelo, como o cardeal Giacomo Biffi que pediu ao governo italiano maior acolhida aos imigrantes católicos em detrimento dos muçulmanos. Uma grande restrição: ser norte-americano. Os observadores do Vaticano concordam que uma vez que os Estados Unidos dominam o mundo econômica e militarmente, é preciso mantê-los afastados do poder espiritual. As conversas sobre um latino-americano estão crescendo. Além de Hoyos, o foco também recai sobre o cardeal Andrés Rodríguez Maradiaga, o arcebispo de Tegucigalpa, capital de Honduras. Quem acompanha o dia-a-dia do Vaticano fica alerta ao menor sinal de informação. "Pelo pouco que sei, todos esses cardeais têm e-mail", diz Francis Burkle-Young, um veterano observador da Igreja, dando uma pista de uma de suas fontes de informação. Ele acredita que um italiano deve voltar a ser o chefe da Igreja Católica. Para muitos católicos, a idéia de que os cardeais competem pelo papado é uma ofensa. Afinal, a escolha de João Paulo II surpreendeu o mundo. O Espírito Santo vai contribuir na escolha do novo papa, mas serão apenas seres humanos a tomar a decisão prática. http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/n-75314-index.html PAPADO
Desde o início do papado de João Paulo II, ele proclamou 201 cardeais, destes
161 estão vivos. |
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