Também Discordo do Prof. Alberto R. Timm - Parte 1 Prezados Srs., Com o objetivo de manter aberta a porta para o estudo contemporâneo das profecias dentro da Igreja Adventista e de sua divulgação, foi elaborado um comentário sobre um artigo publicado pelo Dr. Timm, estudioso teólogo adventista, que defende a interpretação historicista (segundo o princípio dia-ano) dos 1290 e 1335 dias de Daniel 12. O objetivo não é de forma alguma causar dissensão entre os irmãos, mas manter aberta a porta para que fomentemos o estudo das profecias pelos leigos. Particularmente, estou estudando as profecias de Daniel 12, segundo a recomendação de Ellen G. White contida em Eventos Finais, Pág. 15, e apesar de ainda não haver fechado questão sobre o assunto, creio que elas ainda não se cumpriram e tendo a pensar que os 1290 e 1335 dias de Daniel representam dias literais, e não anos, como defende a linha historicista. Que Deus os abençoe. Atenciosamente, Jairo Carvalho Estudo publicado na revista Ministério, pág. 16, edição Maio-Junho/1999. Autor: Alberto R. Timm – Ph.D., diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White e professor de Teologia no Seminário Adventista Latino-americano de Teologia, Engenheiro Coelho, SP. A interpretação dos “1290 dias” e dos “1335 dias” de Daniel 12:11 e 12 respectivamente como 1290 anos e 1335 anos é antiga, podendo ser encontrada já entre os expositores judeus do século 8d.C. Essa interpretação, baseada no princípio dia-ano (Núm. 14:34; Ezeq. 4;:6 e 7), continuou sendo advogada pelos seguidores de Joaquim de Fiore (1130-1202), bem como por vários outros expositores, durante a pré-Reforma, a Reforma e a tradição protestante subseqüente .(1) Guilherme Miller (1782-1849), por sua vez, acreditava, em primeiro lugar, que tanto os 1290 anos como os 1335 anos haviam iniciado em 508, quando Clóvis obteve a vitória sobre os visigodos arianos, passo esse decisivo na união dos poderes político e eclesiástico para a punição dos considerados hereges pelo catolicismo medieval. Em segundo lugar, Miller cria que os 1290 anos haviam se cumprido em 1798, com o aprisionamento do Papa Pio VI pelos exércitos franceses; e, finalmente, que os 1335 anos se estenderiam por mais 45 anos até o término dos 2300 anos de Daniel 8:14, entre 1843 e 1844. (2) Essa interpretação foi mantida pelos primeiros adventistas observadores do Sábado, (3) transformando-se na posição histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia até hoje. (4) Nossos comentários: O texto
acima afirma que a interpretação dos períodos da profecia de Daniel 12 era
conhecida desde o século 8d.C., e veio a ser adotada a dois séculos atrás
pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Entretanto, vejamos o que nos mostram os
versos 4, 8 e 9 de Daniel 12: Verso 4: “Tú porém, Daniel, encerra as
palavras e sela o livro até o tempo do
fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará..” Versos 8 e
9: “Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas? Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas
palavras estão encerradas e seladas até o tempo do fim.” Os textos bíblicos
nos mostram, sem nenhuma sombra de dúvida que as profecias seriam entendidas somente no “tempo
do fim”,
pois o entendimento estaria selado pelo próprio Deus, segundo sua santa
palavra! E quando se
inicia o “tempo do fim”? Trazemos a
seguir um texto do Estudo “Revelações do Apocalipse”, amplamente divulgado
em nossas fileiras, que coloca a posição de nossa igreja quanto ao início do
tempo do fim:
Verificamos
então, claramente, pela Bíblia, que o “tempo do
fim” de que fala o profeta
Daniel não se inicia no século 8d.C, quando, de acordo com o artigo do Dr. Timm, já se interpretava os períodos proféticos de Daniel 12. Se o
último
dos episódios que deu origem ao “tempo do fim”
aconteceu em 1833d.C., as profecias de Daniel 12, segundo a Bíblia, não
poderiam ser compreendidas até este ano, pois estavam seladas (fechadas à
compreensão) pelo próprio Deus! Se
cremos, portanto, que é verdadeira uma interpretação de Daniel 12 obtida em
uma época na qual o próprio Deus declara que a profecia ainda estaria selada
(fechada à compreensão), estamos desmentindo a Bíblia, e a trocando por
preceitos de homens - tradição! Creio que só
este argumento já é suficiente para colocarmos por terra a atual interpretação
histórica, uma vez que não subsiste à prova da Bíblia. Todavia, daremos prosseguimento à leitura e comentários sobre o artigo, afim de dar-lhe a devida atenção. Continuação
do artigo: Porém, em
anos recentes, alguns pregadores independentes começaram a propagar o que
consideram nova luz sobre os 1290 e 1335 dias de Daniel 12. Rompendo com a tradicional
compreensão adventista, tais indivíduos
alegam que ambos os períodos são compostos por dias literais, e não dias
que representam anos, a se cumprirem ainda no futuro. Alguns deles sugerem que
ambos os períodos iniciarão com o futuro decreto dominical; que os 1290 dias
literais são o período reservado para o povo de Deus sair das cidades; e que
ao término dos 1335 dias literais a voz de Deus será ouvida anunciando “o
dia e a hora da volta de Cristo”. (5) Nossos comentários: Negritamos
a expressão “tais indivíduos”,
mencionada no texto acima. Esta expressão pejorativa denigre a imagem de
pessoas que podem ser sinceros pesquisadores da verdade bíblica, mesmo que suas
conclusões não estejam certas. Ellen G. White reprova claramente este tipo de
atitude. Leiamos o que nos diz o testemunho inspirado: “Alguns há que condescendem com a leviandade, o sarcasmo, e até mesmo a mofa para com os que deles divergem. Devemos acautelar-nos para não condescendermos com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para Ministros, Pág. 108) Infelizmente,
esse tom pejorativo ao se fazer referência às conclusões contemporâneas
obtidas por outros irmãos nossos é repetido diversas vezes durante o artigo
como o irmão poderá notar ao ler sua continuação. Continuação
do artigo: Por mais
interessante que essa teoria possa parecer, existem razões básicas que nos
impedem de aceitá-la. 1.
A
teoria se baseia numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen G.
White Um dos
argumentos para justificar o cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias é a falsa
alegação de que Ellen White considerava como errônea a noção de que os 1335
dias já haviam se cumprido no passado. Alusões são feitas à carta que ela
enviou “à igreja na casa do irmão Hestings”, datada de 7 de novembro de
1850, na qual são mencionados alguns problemas relacionados com o irmão O.
Hewit, de Dead River. No texto original em inglês dessa carta aparece a
seguinte declaração: “We told him of some of his errors
in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.”(6) Essa
declaração deveria ser traduzida simplesmente como: “Nós lhe mencionamos
alguns dos seus erros do passado, que os 1335 dias haviam se cumprido e muitos
dos seus erros.” No entanto, alguns defensores da nova teoria profética
preferem substituir a conjunção “que” (inglês that)
pela expressão “tais como” (inglês such as),
alterando dessa forma o sentido do texto. Assim, eles conseguem fazer com que a
sentença diga que entre os erros advogados por Hewit estava também a idéia de
“que os 1335 dias haviam se cumprido”. Nossos comentários: O artigo
apresenta um erro que realmente é cometido, de uma forma geral , por algumas
interpretações contemporâneas ao substituir a conjunção “que” (inglês that)
pela expressão “tais como” (inglês such as),
alterando dessa forma o sentido do texto. Entretanto, o autor do artigo também
leva a tradução do inglês para o português de forma a melhor contribuir para
o seu raciocínio. Vamos fazer um esforço para traduzir a frase proveniente do
inglês dentro da maior fidelidade possível: Texto em
inglês: “We told him of some of his errors in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.” Tradução
“ípsis literis” fragmentada:
A tradução
mais fiel, portanto, seria: “Nós lhe mencionamos alguns de seus erros no passado, que os 1335 dias estavam terminados e muitos de seus erros.” Verificamos
que entre a palavra “passado”
e a expressão “que os 1335 dias estavam
terminados” estão
separadas por vírgula, tanto no texto em inglês quanto no texto em português.
Isto inclui a expressão “que os 1335 dias estavam
terminados” juntamente com
a expressão “e muitos de seus erros”.
Analisando portanto a frase em sua seqüência lógica,
não temos dificuldade em concluir que a expressão “que
os 1335 dias estavam terminados”
faz parte, ou “está contida” nos “erros”
cometidos pelo irmão Hewit, mencionados no final da frase. Assim
sendo, teríamos a condição de utilizar este texto afim de sustentar que os
1335 dias não haviam sido cumpridos, ao menos até o ano de 1850, ano em que
foi escrita esta carta. Ainda apoiando esta conclusão, apresentamos abaixo um
texto extraído dos escritos de Ellen G. White, que indica claramente que ela não
possuía a compreensão deste assunto: “Assim como a mensagem do primeiro
advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo
advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está
baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias,
serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap.
23, folha 21)
Ellen
White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu
esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista
(que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus
dias, como verdadeira. Continuação
do artigo: Se a intenção de Ellen White era realmente corrigir o irmão Hewit por crer que os 1335 dias já haviam se cumprido, permaneceriam as seguintes indagações: Porque Elen White se limitou a corrigir, em 1850, de forma parcial e tendenciosa, a posição desse irmão, sem qualquer repreensão aos demais líderes do movimento adventista que também criam que esse período profético já havia se cumprido em 1844? Porque ela não reprovou o seu próprio esposo, Tiago White, por afirmar ainda em 1857, que “os 1335 dias terminaram com os 2300, com o Clamor da Meia Noite em 1844”?(7) Porque ela não o repreendeu por continuar publicando na mesma Review vários artigos de outros autores, advogando a mesma idéia?(8) Nossos comentários: Os
questionamentos apresentados nesta parte do artigo não são conclusivos em si
mesmos. Não reforçam
nem fundamentam a posição da linha historicista, uma vez que não estão
baseados em um claro “Assim diz o Senhor” contido na Bíblia ou no
testemunho inspirado. O
testemunho inspirado inclusive adverte contra tal sorte de questionamentos: “Alguns julgam ser evidência de sua agudeza e superioridade intelectual, confundir as mentes quanto ao que é verdade. Recorrem à subtileza dos argumentos, a jogos de palavras; tiram vantagem injusta em fazer perguntas. Devemos acautelar-nos para não
condescender com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para
Ministros, Pág. 108) Continuação
do artigo: E mais,
como poderia Ellen White haver declarado, em 1891, que “nunca mais haverá
para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo
definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de
Cristo”?(9) Nossos comentários: O texto de
Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens
Escolhidas, Volume 1 – Pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim
de o analisarmos mais profundamente: “Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188) Ao
analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido,
verificamos claramente que a “mensagem baseada em
tempo” mencionada na
penúltima
frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para
o derramamento do Espírito Santo”
(chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo”
(segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às
interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel,
uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da
chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo. Continuação
do artigo:
Evidências
de que Ellen White cria que esses períodos já haviam se cumprido em seus
dias podem ser encontradas também em suas declarações segundo as quais
Daniel já estava sendo vindicado em sua sorte (ver Dan. 12:13) desde o início
do tempo do fim. (10) Nossos comentários: Repetimos
apenas os argumentos apresentados em um de nossos comentários anteriores: "Assim como a mensagem do primeiro
advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo
advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está
baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias,
serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap.
23, folha 21)
Ellen
White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu
esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista
(que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus
dias, como verdadeira. Continuação
do artigo: Cremos,
portanto, que o Dr. Gerard P. Damsteegt, professor do Seminário Teológico da
Universidade Andrews, estava correto ao declarar que “já em 1850 E. G. White
havia escrito que “os 1335 dias haviam se cumprido”, sem especificar o tempo
de seu término”. (11) Nossos comentários: Já foi
demonstrado, no primeiro comentário deste apêndice, que o comentário acima
fere o texto bíblico apresentado em Daniel 12:4,8 e 9. Somente esta afirmação
já poderia justificar o fato de nos eximirmos dos comentários dos parágrafos
que se seguem sober o texto acima. É
interessante também ressaltar que o artigo não traz o suposto texto onde Ellen
White teria afirmado que os 1335 dias haviam se cumprido. Pelo pelo contrário,
refere-se ao que foi declarado por um outro estudioso. É no mínimo curioso que
um artigo que tenha a pretensão de ser tão criterioso na pesquisa a ponto de
ser conclusivo sobre a questão não apresenta o texto que em nossa opinião
destruiria claramente todas as teorias contemporâneas. O autor do artigo se usa do mesmo artifício do qual acusa os estudiosos contemporâneos de usar. Usa um argumento que também pode ser considerado parcial e tendencioso. Continuação
do artigo: 2.
A
teoria quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel Para
justificar o suposto cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias, os advogados da
“nova luz” profética alegam, sem qualquer constrangimento, que o conteúdo
da Daniel 12:5-13, onde são mencionados esses períodos, não é parte da
cadeia profética do livro de Daniel. Porém, uma análise mais detida da
estrutura literária do livro não confirma essa teoria. O Dr.
William H. Shea esclarece que, no livro de Daniel, cada período profético
(1260, 1290, 1335 e 2300 dias) aparece como um apêndice calibrador ao corpo básico
da respectiva profecia que lhe corresponde. Por exemplo, a visão do capítulo
sete é descrita nos versos 1-14, mas o tempo a ela relacionado só aparece no
verso 25. No capítulo 8, o corpo da visão é relatado nos versos 1-12, mas o
tempo só ocorre no verso 14. De modo semelhante, os tempos proféticos
relacionados com a visão do capítulo 11 só são mencionados no capítulo 12. Esse
paralelismo comprova que os 1290 dias e os 1355 dias de Daniel 12:11 e 12
compartilham da mesma natureza profético-apocalíptica dos termos “tempo,
tempos e metade de um tempo”, de Daniel 7:25, e as 2300 tardes e manhãs de
Daniel 8:14. Assim, se aplicarmos o princípio dia-ano aos períodos proféticos
de Daniel 7 e 8, também devemos aplicá-lo aos períodos de Daniel 12, pois
todos esses períodos estão interligados, de alguma forma, e a descrição de
cada visão indica apenas um único cumprimento para o período profético que
lhe corresponde. A tentativa de interpretar os períodos proféticos de Daniel como dias literais não tem apoio bíblico. Nossos comentários: Em
contraposição aos argumentos apresentados pelo Dr. William H. Shea para
sustentar sua posição quanto ao paralelismo profético literário dos capítulos
7, 8 e 12 de Daniel, apresentamos dois trechos extraídos do Comentário Bíblico
Adventista e do testemunho inspirado: “Tendo tal marco histórico ante nós, nos achamos preparados para seguir o desenvolvimento progressivo e específico da interpretação da simbólica estátua de metal de Daniel 2, como das quatro bestas, dos dez cornos, do corno pequeno da quarta besta e dos três tempos e meio da profecia de Daniel 7; assim como também do carneiro, do bode e seus respectivos cornos, e do mais comprido período profético de Daniel, cap. 8; das setenta semanas que chegam até o Messias Príncipe, de Daniel 9, e a vez da profecia paralela e literal dos capítulos 11 e 12 do livro de Daniel.” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4 – A História da Interpretação de Daniel) “A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus.” (Grande Conflito, Pág. 597) O próprio
Comentário Bíblico Adventista coloca a profecia dos capítulos 11 e 12 do
livro de Daniel como sendo literais. Se a profecia é literal, por conseguinte os
períodos nela contidos de 1290 e 1335 dias também são literais. O segundo
texto por nós apresentado, extraído do livro O Grande Conflito, coloca
claramente que “a linguagem da Bíblia deve ser
explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo
ou figura”. Os capítulos
7 e 8 de Daniel claramente empregam símbolos. O capítulo 7 relata os quatro
animais como símbolos e o capítulo 8 relata o carneiro e o bode como símbolos,
deixando claro o simbolismo, e possibilitando a nós aplicarmos o simbolismo
também aos períodos de tempo apresentados nestes dois capítulos, de acordo
com o princípio dia-ano. Além do mais, os mesmos capítulos também nos
apresentam o significado dos símbolos que eles apresentam, como podemos ler em
Daniel 7:17 e Daniel 8:20 e 21. Esta nossa
análise é confirmada pela forma, relatada por Ellen G. White, com a qual
Guilherme Miller aprendeu a
compreender os símbolos das escrituras: “Com intenso interesse estudou (Miller) os livros de Daniel e Apocalipse, empregando os mesmos princípios de interpretação que para as demais partes das Escrituras; e descobriu, para sua grande alegria, que os símbolos proféticos podem ser compreendidos. Viu que as profecias já cumpridas tiveram cumprimento literal; que todas a várias figuras, metáforas, parábolas, símiles, etc., ou eram explicadas em seu contexto, ou os termos em que eram expressos se achavam entendidos literalmente.”(Cristo em Seu Santuário, pág. 50) Os capítulos 11 e 12 de Daniel não empregam símbolos, pelo contrário, indicam diretamente os personagens que cumprirão a profecia. O capítulo 11 classifica os personagens como sendo o Rei do Norte e Rei do Sul, e mais tarde “Homem Vil” (Versão Almeida). Já o capítulo12 de Daniel, não nos dá margem a nenhuma dúvida. Fala de Miguel, que sabemos ser um dos nomes de Jesus, fala diretamente do povo de Deus, ou “sábios”, e fala dos “perversos”. Sabemos que todas estas alusões são literais, ou seja, “sábios” significam pessoas sábias que entenderão a profecia, “perversos” significam pessoas perversas que “procederão perversamente”, e assim por diante. Confirmamos o nosso pensamento baseados nos escritos da irmã Ellen
G. White apresentados acima, pois de acordo com os princípios dados pelo
testemunho inspirado para a interpretação das profecias, caso os termos dos
capítulos 11 e 12 de Daniel mencionados fossem símbolos, eles teriam
necessariamente que ser explicados no trecho bíblico, a exemplo do que ocorre
nos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma vez que os termos explicitados na profecia
dos capítulos 11 e 12 de Daniel são literais, os períodos, de acordo com os
princípios de interpretação profética dados pela irmã Ellen G. White e
apresentados acima, também o são. Tendo como base o acima exposto, o paralalelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser aplicado, não somente aos versos de Daniel 12:5-13, como comenta o artigo, mas ao conteúdo completo dos capítulos 11 e 12 de Daniel, pelo menos da forma como é apresentado no artigo (dias simbólicos versus dias simbólicos). Nos
deixa em dúvida também a afirmação do artigo: “todos
esses períodos estão interligados, de alguma forma.” Esta afirmação por si só não pode justificar a aplicação do mesmo princípio de interpretação de tempo utilizado em Daniel 8 para Daniel 12. É preciso haver base na Bíblia e no testemunho inspirado para justificar tal aplicação. Leia a conclusão: |
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