JPII: "Violência nunca mais! Guerra nunca mais! Terrorismo nunca mais!"

Quinta-Feira, 24 de Janeiro, 11:21 AM

Papa pede, com veemência, pela paz mundial

ASSIS, Itália - O papa João Paulo II fez hoje em Assis, um apelo pela paz no mundo junto a outros onze líderes religiosos, entre eles islâmicos, judeus e ortodoxos. Queremos dar nossa contribuição para afastar as nuvens do terrorismo, do ódio, dos conflitos armados, nuvens estas que nos últimos meses vem se acumulando no horizonte da humanidade , disse o papa ao abrir a jornada pela paz inter-religiosa na cidade italiana.

O papa chegou hoje cedo em Assis, de trem, com mais duzentos convidados, representantes das mais diversas crenças. A paz! A humanidade precisa da paz sempre, mais ainda agora, depois dos fatos trágicos que sacudiram a sua confiança e os dolorosos conflitos que causam apreensão em todo o mundo , disse também João Paulo II.

Ao iniciar a cerimônia, realizada em uma moderna tenda multirreligiosa armada em frente a medieval Basília de São Francisco de Assis, cada líder religioso fez um apelo pela paz, demonstrando que a religião não pode ser um pretexto para conflitos, ódio e violência. Esta iniciativa do papa foi tomada depois dos atos terroristas acontecidos em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e o agravamentos dos conflitos no Oriente Médio.

O religioso quer conscientizar o mundo e oferecer a possibilidade de um entendimento entre as religiões. É possível construir entre os indivíduos e os povos pontes para que todos caminhem juntos pela via da paz , afirmou o papa. Não se pode esquecer que situações de opressão e de marginalização são, com frequência, origens de manifestações de violência e terrorismo , acrescentou o pontíficie.

João Paulo II lembrou ainda que os trágicos conflitos, com muita frequência, são consequências da injusta associação da religião com interesses nacionalistas, políticos e econômicos. Mas, mais uma vez afirmamos que quem usa a religião para fomentar a violência contradiz sua inspiração mais autêntica e profunda .

Ao convidar a todos para rezar pela paz, o papa disse que rezar não significa fugir da história e dos problemas, mas ao contrário, escolher enfrentar a realidade com ajuda de Deus .

Fonte: http://br.news.yahoo.com/020124/6/29tg.html


Quinta-Feira, 24 de Janeiro, 08:53 PM

Líderes religiosos de todo mundo fazem ato pela paz

Por Philip Pullella

ASSIS (Reuters) - O papa João Paulo 2o. e líderes religiosos muçulmanos e judeus, budistas e hindus, comprometeram-se na quinta-feira a trabalhar pela paz e acabar com a violência.

Monges cristãos em hábitos de lã marrom, budistas de mantos cor de açafrão, muçulmanos de chapéus pretos, siks de turbantes, patriarcas ortodoxos de barbas brancas e rabinos viajaram juntos em um trem para rezar perto da tumba de São Francisco.

"Violência nunca mais! Guerra nunca mais! Terrorismo nunca mais! Em nome de Deus, que cada religião traga paz e justiça à terra, perdão e vida. Amor", disse o papa.

O líder católico discursou ao final de um dia emocionante em que cerca de 200 religiosos de diversos credos foram à cidade do santo do século 13.

Foram lidos compromissos pela paz em 11 idiomas, incluindo hebraico, árabe, farsi e punjabi.

"Nos comprometemos a proclamarmos nossa firme convicção de que a violência e o terrorismo são incompatíveis com o espírito autêntico da religião", disse um dos textos, lido por Konrad Raiser, secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas.

O papa, vestido com seu tradicional manto branco, sentou-se no palco vermelho ladeado por figuras religiosas e à frente de uma multidão de 3.000 pessoas.

A crise do Oriente Médio foi mencionada quando o rabino Israel Singer, do Congresso Judaico Mundial, saiu de seu discurso preparado e fez alusão ao conflito com os palestinos.

"Vocês devem dizer aos seus povos, e nós ao nosso, todos nós, todos nós, para questionarem se terras ou lugares são mais importantes do que as vidas das pessoas. E até aprendermos a fazer isso não haverá paz", disse Singer, elevando a voz.

Uma mensagem lida em nome do xeque Mohammed Sayyed Tatawi, grande imã da mesquista Al-Azhar no Egito, falou sobre "restaurar os legítimos proprietários aos seus direitos", em aparente referência às terras palestinas ocupadas por Israel.

Tashi Tsering começou sua participação com um canto budista.

Amadou Gasseto, do Vudú, tradicional religião animista africana, disse que a ocasião servia para "a arte de saber respeitar o adversário de alguém, tolerar diferenças e entender as convicções de outros".

Depois da sessão da manhã, grupos religiosos saíram para rezar em diversos locais antes de compartilharem um almoço vegetariano. Depois, voltaram ao palco para a cerimônia final.

O rabino Don Kronish, de Israel, disse a bordo do trem da paz na volta para o Vaticano que retornará a Jerusalém se sentindo "fortalecido espiritualmente" para trabalhar pela paz.

"Isso resolve alguma coisa amanhã? Não. Terá impacto a longo termo? Espero que sim", disse.

Mas nem todos ficaram contentes com o evento.

"Rezar com hereges, rabinos, mulás, com doutores e vários idólatras cria confusão entre os católicos", disseram em comunicado Federico Bricolo e Massimo Polledri, membros de um partido do governo.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/020124/16/2a7f.html


Quinta-Feira, 24 de Janeiro, 01:08 PM

Assis recebe religiões do mundo em dia de orações pela paz

ASSIS, Itália (Reuters) - Mais esperançosos do que confiantes, os fiéis de várias religiões reuniram-se no local de nascimento de São Francisco de Assis para orar pela paz.

Amontoados nas estreitas ruas dessa cidade medieval da Itália, monges cristãos em hábitos de lã marrons caminhavam ombro a ombro com budistas em suas roupas amarelo-alaranjado e com muçulmanos vestidos de negro.

Todos pediam por paz e compreensão entre as religiões, mas ninguém parecia acreditar que a iniciativa organizada pelo papa João Paulo 2o colocaria fim aos combates na Caxemira, silenciaria as armas no Afeganistão ou interromperia alguma das várias guerras da África.

"O que fizemos hoje não resolverá os conflitos mundiais, mas talvez possamos sensibilizar as pessoas e mostrar que a paz e não o ódio nos fará avançar", afirmou o padre Natale Cocci, um monge capuchinho, abrigado no alto de uma coluna de pedra para fugir da multidão de peregrinos que passava a seus pés.

Uma fila de bispos de Taiwan usando seu tradicional solidéu vermelho cortou a multidão à frente do budista Shunkai Hayakawa, que sorria.

"A mensagem de paz tem de ser repetida e repetida e então, talvez, ela chegue às pessoas porque não podemos continuar assim, sempre lutando", disse Hayakawa.

O papa organizou o dia de paz e orações depois dos ataques de 11 de setembro contra os Estados Unidos, atribuídos a ativistas islâmicos, e da subsequente ação militar liderada pelos norte-americanos no Afeganistão.

Uma delegação islâmica de 31 membros vinda de 19 países viajou até Assis para participar do evento, e outros muçulmanos fizeram fila sob um céu limpo de inverno para entrar na grande tenda montada perto da basílica da cidade para abrigar o evento.

FUTURO SOMBRIO

Os fatos ocorridos nos últimos quatro meses deixaram o papa João Paulo 2o, 81, preocupado e o dirigente católico vem usando um discurso cada vez mais apocalíptico para advertir que o mundo se depara com um futuro incerto e sombrio.

No entanto, nem ele nem a Igreja Católica criticaram os EUA pela retaliação levada a cabo contra os ativistas islâmicos, e um pequeno grupo de católicos norte-americanos mostrou cartazes em uma das entradas de Assis pedindo a condenação de todas as formas de violência.

"Tragicamente, a Igreja está dando apoio a essa guerra no Afeganistão. A Igreja Católica encontra-se atada à riqueza, ao prestígio e ao poder e se esqueceu das raízes de pobreza de São Francisco", disse Blayton Stanley, 54, que viajou dos EUA especialmente para o evento de quinta-feira.

O papa não deve ver o protesto deles.

As forças de segurança mostram-se discretas, mas atuantes, e, ao contrário do que aconteceu nos outros encontros inter-religiosos em Assis de 1986 e 1993, o papa não deve passear pela cidade e apenas os que possuem ingressos poderão entrar na tenda.

"Antes, todos podiam participar. As orações aconteciam a céu aberto. Agora não conseguimos nem chegar perto deles", disse Francesco Boletta, proprietário de uma loja de suvenires localizada no caminho para a basílica.

"É uma vergonha, mas o mundo mudou nos últimos dez anos. Mudou para pior."

Fonte: http://br.news.yahoo.com/020124/16/29vh.html

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com