Pregador do Papa Faz da Trindade o Novo Símbolo Católico para o
Ecumenismo
O que diz a IASD:
"Deus existe na forma de uma unidade de três pessoas
coiguais e coeternas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Essa 'família', 'pluralidade' ou 'comunidade' divina é conhecida entre os teólogos como
'Trindade' (tri-unidade), palavra primeiro usada em grego por Teófilo de Antioquia
(c. 117-181 d.C.) e depois cunhada em latim por Tertulianos (c. 160-220 d.C.)." Revista
Sinais, janeiro-fevereiro de 2003, pág. 15.
O mistério da Trindade, escola para superar
divisões...
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O pregador da Casa Pontifícia comenta a
questão central da fé cristã
CIDADE DO VATICANO, 17 de junho de 2003 (ZENIT.org
- Noticiário oficial católico).- A
contemplação da Trindade poderá impulsionar a superar nossas divisões aparentemente
irreconciliáveis, afirmou o pregador da Casa Pontifícia comentando
o mistério central e mais elevado da vida cristã,
que a igreja celebrou domingo passado.
«O Pai é, como na experiência humana, a origem de tudo», explicou o padre Raniero
Cantalamessa em uma aproximação à identidade das três pessoas divinas ante os microfones
da Rádio Vaticano.
«Especialmente no pensamento grego, o Pai é visto
como a fonte de toda a Trindade da qual surgem o Filho e o Espírito Santo. O Filho foi
interpretado desde o apóstolo São João, que fala d’Ele como o “logos”, a razão, o Verbo»,
continuou.
Por último, continuando o franciscano capuchino, «o Espírito Santo nos foi revelado
através de imagens muito simples: o vento como símbolo de força, o sopro, o alento que
representa a intimidade, a interioridade».
Para um crente, a Trindade é um mistério próximo,
acrescentou o padre Cantalamessa, visto que a vida
cristã --que começa no batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo--
desenvolve-se imersa na dimensão Trinitária, seja a confirmação, no sacramento do
Matrimônio ou na hora da morte.
Aproximar o mistério trinitário de um não crente
pode-se fazer partindo do conceito de «Deus-amor». «Não podemos explicar a Trindade mas ao
menos podemos dizer que Deus não pode não ser Trindade», comentou o padre Cantalamessa.
«Deus, desde a eternidade, tem um objeto em si infinito para amar, que é o Filho, desde o
qual é também amado com amor infinito, que é o Espírito Santo», observou.
«Às vezes --reconheceu--, quando falo deste mistério, acrescento que
teria compaixão de um Deus que não tivesse ninguém
para amar, ninguém com quem partilhar sua infinita felicidade: seria um Deus muito triste.
Como os homens precisam de alguém com quem se comunicar, Deus necessita em sua intimidade
de uma pessoa para quem possa expressar todo seu amor, e essa pessoa é o Filho».
«Contemplar a Trindade, vencer a odiosa divisão do
mundo», é uma frase que São Sergio de Radonez usava, em certa medida o pai
espiritual da Rússia, recordou o pregador da Casa Pontifícia.
«Nós nos encontramos exatamente ante o mesmo problema --constatou--:
a contemplação da Trindade, que é diversidade no
amor e unidade na diversidade, deveria impulsionar-nos a superar nossas aparências
irreconciliáveis diferenças de raça, de sexo, de cultura, porque a Trindade é perfeita
unidade na diversidade». -- Código: ZP03061702. Data de
publicação: 2003-06-17.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=37344
Leia mais sobre ecumenismo:
«O Ecumenismo é um fator de esperança para todos», diz dom Filippo Santoro, Bispo auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO, 15 de junho de 2003 (ZENIT.org).-
Dom Filippo Santoro, bispo auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro e presidente do
CONIC/Rio, considerou «como um oásis no meio do deserto da violência, da insegurança e da
suspeita recíproca» uma iniciativa ecumênica realizada no Rio de Janeiro. As palavras do
bispo foram publicadas em O Globo na última quinta-feira.
Trata-se da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, promovida por várias entidades, em
particular pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs da Cidade do Rio de Janeiro.
Uma outra iniciativa, realizada no Colégio Metodista Bennett, foi o seminário de formação
de líderes ecumênicos, com o objetivo de promover o espírito ecumênico nas igrejas e na
sociedade.
«Vale a pena ressaltar, além da riqueza dos temas tratados, o clima de profundo respeito
recíproco e de grande alegria pelo fato de reconhecermo-nos irmãos, mesmo com as nossas
diferenças. Católicos, Luteranos, Anglicanos, Metodistas, Presbiterianos, Batistas unidos
na oração e na busca de um testemunho comum diante de uma sociedade dividida e ferida por
muitas formas de violências e de dramas», afirmou o bispo.
Segundo dom Filippo, não foram ignorados problemas e dificuldades que ainda hoje
persistem, como, por exemplo, um certo mal-estar produzido entre setores protestantes pela
declaração "Dominus Iesus", feita no ano 2000 pelo Cardeal Ratzinger.
«Em lugar de ser motivo de briga, foi ocasião para apresentar as razões da parte católica
em prol desse documento, explicando em que sentido se fala da ‘unicidade da Igreja de
Cristo’, que não pode ser apenas uma soma das várias igrejas e comunidades eclesiais»,
disse.
Dom Filippo Santoro sublinhou que o movimento ecumênico faz sentido na medida em que
afirma o valor da identidade de cada confissão cristã e, ao mesmo tempo, o respeito pela
diferença, mesmo quando esta é um obstáculo em vista de uma unidade plena.
Representação local do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC-Rio foi constituído
em agosto de 2002. Como frutos do trabalho, dom Filippo cita, como exemplos, uma
declaração comum contra a guerra no Iraque, toda a série de encontros que se vêm
realizando ultimamente: um Pastor metodista pregando na igreja Católica Nossa Senhora da
Conceição de Realengo; um Pastor luterano oferecendo o seu sermão na igreja Metodista do
Catete; o Bispo anglicano, na igreja Presbiteriana Unida da Penha; um Padre católico, na
igreja Episcopal Anglicana do Méier; um Pastor presbiteriano na igreja Evangélica de
Confissão Luterana da Praça Seca de Jacarepaguá. E todos juntos, na Paróquia de Nossa
Senhora de Copacabana, numa grande Vigília de Oração.
«Bem sabemos que existem muitos fiéis, sobretudo da maioria das novas denominações
protestantes de orientação pentecostal, que permanecem distantes do ecumenismo.
Entretanto, isso não é motivo para frear esse movimento de busca da unidade, que
corresponde ao pedido de Jesus feito na Última Ceia: ‘Que todos sejam um... para que o
mundo creia que Tu me enviaste’ (Jo 17,21)».
Segundo o prelado, no Seminário realizado no Bennett, junto com o primado da oração,
insistiu-se sobre a necessidade de uma formação ecumênica dos nossos fiéis e de
iniciativas comuns em vários campos. Privilegiaram-se iniciativas no campo da formação de
uma cultura da paz, da superação da violência e da fome e do incentivo ao Ensino
Religioso.
«Neste último ponto, por iniciativa de pais, professores e alunos da comunidade metodista,
foi preparado um abaixo-assinado para que seja dado cumprimento à lei nº 3.459/2000 e ao
decreto nº 31.086/2002 que implantam o Ensino Religioso em todas as séries da educação
básica no nosso estado».
Segundo o bispo, o ecumenismo, a paz e a superação da violência só serão possíveis
privilegiando a educação, que é um elemento fundamental para a construção de uma sociedade
mais justa e mais humana.
«O espírito ecumênico é um grande fator de crescimento das Igrejas e da sociedade. Aqueles
que o praticam aprofundam a sua identidade e comunicam à sociedade um estilo de vida
baseado no respeito e na solidariedade. No meio de tanta divisão e violência, o Ecumenismo
é um fator de esperança para todos», disse. -- Código: ZP03061510. Data de publicação: 2003-06-15.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=37226
Valores
Ecumênicos
12/06/2003
Como um oásis no meio do deserto da violência, da insegurança e da suspeita recíproca,
realizou-se no Rio de Janeiro uma iniciativa ecumênica envolvendo grande número de
pessoas. Foi a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, promovida por várias
entidades, em particular pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs da Cidade do Rio de
Janeiro. Junto com momentos de oração, realizou-se também no Colégio Metodista Bennett
um seminário de formação de líderes ecumênicos, com o objetivo de promover o espírito
ecumênico nas nossas igrejas e na sociedade.
Vale a pena ressaltar, além da riqueza dos temas tratados, o clima de profundo respeito
recíproco e de grande alegria pelo fato de reconhecermo-nos irmãos, mesmo com as nossas
diferenças. Católicos, luteranos, anglicanos, metodistas, presbiterianos, batistas
unidos na oração e na busca de um testemunho comum diante de uma sociedade dividida e
ferida por muitas formas de violências e de dramas. E se, além das confissões cristãs
presentes, estivessem representantes de outras religiões, o clima teria sido o mesmo,
porque, ao lado de uma globalização selvagem do lucro e do domínio sobre o outro, existe
hoje um vasto movimento que tem como objetivo a globalização da solidariedade, do
respeito e da paz.
Não foram ignorados problemas e dificuldades ainda persistentes, como, por exemplo, um
certo mal-estar produzido entre setores protestantes pela declaração “Dominus Iesus”,
feita no ano 2000 pelo cardeal Ratzinger. Em lugar de ser motivo de briga, foi ocasião
para apresentar as razões da parte católica em prol desse documento, explicando em que
sentido se fala da “unicidade da Igreja de Cristo”, que não pode ser apenas uma soma das
várias igrejas e comunidades eclesiais.
O movimento ecumênico faz sentido na medida que afirma o valor da identidade de cada
confissão cristã e, ao mesmo tempo, o respeito pela diferença, mesmo quando esta é um
obstáculo em vista de uma unidade plena. Não se camuflam os limites, mas se aprofundam
as fontes comuns da fé.
Em agosto do ano passado constituiu-se o Conic/Rio, representação local do Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs, que já produziu diversos frutos. Podemos citar, como
exemplo, além de uma declaração comum contra a guerra no Iraque, toda a série de
encontros que se vêm realizando ultimamente: um pastor metodista pregando na Igreja
Católica Nossa Senhora da Conceição de Realengo; um pastor luterano oferecendo o seu
sermão na Igreja Metodista do Catete; o bispo anglicano, na Igreja Presbiteriana Unida
da Penha; um padre católico, na Igreja Episcopal Anglicana do Méier; um pastor
presbiteriano, na Igreja Evangélica de Confissão Luterana da Praça Seca de Jacarepaguá.
E todos juntos, na paróquia de Nossa Senhora de Copacabana, numa grande vigília de
oração.
Bem sabemos que existem muitos fiéis, sobretudo da maioria das novas denominações
protestantes de orientação pentecostal, que permanecem distantes do ecumenismo.
Entretanto, isso não é motivo para frear esse movimento de busca da unidade, que
corresponde ao pedido de Jesus feito na Última Ceia: “Que todos sejam um... para que o
mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).
No seminário realizado no Bennett, junto com o primado da oração, insistiu-se sobre a
necessidade de uma formação ecumênica dos nossos fiéis e de iniciativas comuns em vários
campos. Privilegiaram-se iniciativas no campo da formação de uma cultura da paz, da
superação da violência e da fome e do incentivo ao ensino religioso.
Neste último ponto, por iniciativa de pais, professores e alunos da comunidade
metodista, foi preparado um abaixo-assinado para que seja dado cumprimento à lei nº
3.459/2000 e ao decreto nº 31.086/2002 que implantam o ensino religioso em todas as
séries da educação básica no nosso estado.
De fato, o ecumenismo, a paz e a superação da violência só serão possíveis privilegiando
a educação, que é um elemento fundamental para a construção de uma sociedade mais justa
e mais humana.
O espírito ecumênico é um grande fator de crescimento das igrejas e da sociedade.
Aqueles que o praticam aprofundam a sua identidade e comunicam à sociedade um estilo de
vida baseado no respeito e na solidariedade. No meio de tanta divisão e violência, o
ecumenismo é um fator de esperança para todos.
D. FILIPPO SANTORO é bispo auxiliar na arquidiocese do Rio de Janeiro.
Jornal: O GLOBO |
Autor: |
Editoria: Opinião |
Tamanho: 719 palavras |
Edição: 1 |
Página: 7 |
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Caderno: Primeiro Caderno |
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