João Paulo II:
"Nunca mais cristãos contra cristãos, nunca mais Igrejas contra Igrejas"

Papa pede fim dos conflitos entre cristãos

Quarta, 26 de setembro de 2001, 17h25

O papa João Paulo II fez hoje em Ierevan um vigoroso apelo às Igrejas cristãs do Oriente e do Ocidente, pedindo que "caminhem juntas e de mãos dadas", para que o mundo do novo milênio "possa crer". O pontífice participou de uma celebração ecumênica na nova catedral da cidade, consagrada a São Gregório, o Iluminador, inaugurada por ocasião do 17º centenário da Igreja armênia. "Nunca mais cristãos contra cristãos, nunca mais Igrejas contra Igrejas", exclamou o Papa com todas suas forças, apesar das dificuldades em ler os discursos, devido ao mal de Parkinson.

João Paulo II destacou que a época atual obriga as Igrejas cristãs a reencontrarem a unidade, abalada pelos grandes sismas a partir do século 11. "É um dever sagrado e urgente. Devemos proclamar a boa nova da salvação a homens e mulheres de nossa época. Depois de haver experimentado o vazio espiritual do comunismo e do materialismo, as pessoas buscam agora o caminho da vida e da felicidade", disse.

"Temos uma grande responsabilidade ante essas pessoas, que esperam um testemunho convincente de unidade na fé", afirmou, convidando os chefes das Igrejas cristãs a trabalharem juntos "no respeito das identidades e tradições próprias". O problema da colaboração não se esboça na Igreja armênia, que está a meio caminho entre as Igrejas ortodoxas e católica. As divergências doutrinárias com a Igreja armênia são reduzidas.

O chefe da Igreja armênia, Karekin II, deve reafirmar em declaração conjunta os pontos que unem Roma com Etchmiadzin, a Santa Sé dos armênios. João Paulo II bateu mais uma vez às portas de Moscou, onde deseja ir há muito tempo. O Papa se dirigiu - sem citá-lo - ao patriarca Alexis II, que esteve semana passada em Etchmiadzin.

O patriarca, que acusa Roma de "proselitismo agressivo", declarou em várias oportunidades que uma visita do Papa a Moscou era prematura, já que o diálogo não poderia desenvolver-se em condições de igualdade entre católicos e ortodoxos. João Paulo II afirmou que era necessário "superar ressentimentos e prejuízos do passado", acrescentando que são "indispensáveis o respeito mútuo e um sentido de igualdade entre os interlocutores".

O Papa deixou entender que a Igreja armênia poderia desempenhar o papel de ponte entre católicos e ortodoxos. "Minha visita testemunha nosso desejo comum de chegar à plena unidade" de todos os cristãos, disse antes de comparar sua viagem à volta de uma pomba, com um ramo de oliveira no bico em sinal de paz, sobre a arca de Noé encalhada no monte Ararat na Armênia, segundo a tradição. Karenin II agradeceu a João Paulo II por ter "reconhecido e convidado os demais a reconhecerem e a honrar as vítimas do genocídio armênio".

Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/mundo/2001/09/26/099.htm

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