"Teoria Escatológica da Nova Era Bicho-Papão"

No início dos anos 90, a comunidade evangélica assistiu estupefata a avalanche de livros, artigos, seminários, sermões que, com tons um tanto alarmistas, chamava atenção para os perigos de um movimento sincretista religioso que ameaçava dominar o mundo: a Nova Era. A partir de então, muitos crentes, em várias igrejas, passaram a viver a psicose da fobia novaerina: tudo que fugisse às raias do normal, do habitual, enfim, tudo que era um pouco diferente, era visto como provindo dos secretos e subversivos "comitês" novaerinos.

Atualmente, esta febre que havia amainado, parece estar retornando, e volta-se a debater sobre os perigos desse movimento. Mas, apesar disso, há pessoas que começam a ver com alguma desconfiança muito do que foi e está sendo propalado sobre a Nova Era.

Entre as coisas que mais causam alvoroço estão as afirmações de vários teólogos, professores, escritores de todos os matizes, sobre o papel da Nova Era nos eventos finais. Muitos a vêem como o "carro chefe" que haverá de conduzir o Anticristo para a supremacia final sobre os governos do mundo(!?); e há os que chegam a concluir que um líder do movimento se manifestará, cumprindo assim as especificações proféticas referentes ao anticristo(!!?).

Desde que estas e outras coisas ditas sobre a Nova Era passaram a ser divulgadas, eu me coloquei numa posição de "bereano" (Atos 17:11). Uma das questões que mais causavam dúvidas era saber em que base se sustentavam aqueles que viam a Nova Era como um poder todo-absorvente, capaz de subverter, de forma efetiva e categórica, todos os paradigmas da tradição judaico-cristã.

Ao meu ver, muita coisa que se afirma sobre a Nova Era não passa de repetição de outros autores, os quais tiravam suas conclusões do ar, pois poucas declarações se fundamentam em documentos sólidos. Aliás, na maioria das vezes, estas declarações são feitas meramente de "chofre", sem a citação de qualquer fonte ou obra que as abalize de fato.

Como exemplo do que afirmo, cito o tão decantado "Plano da Nova Era para dominar o Mundo". Até hoje desconheço qualquer um desses analistas que tenha apresentado um livro ou autor da Nova Era que fundamente esta afirmação alarmante.

Antes que alguém tire uma conclusão precipitada do que ora manifesto, quero dizer que concordo com os que vêem perigo no movimento Nova Era ao divulgar idéias, práticas e valores não condizentes com os princípios bíblicos. Todavia, acho um exagero muitas das afirmações feitas em relação a Nova Era, principalmente no que diz respeito ao possível papel que desempenhará nos eventos finais apontados pela profecia bíblica. Foi exatamente neste ponto que eu constatei as maiores distorções nas análises escatológicas, onde se verifica um certo distanciamento da posição tradicional defendida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Sem querer esgotar o assunto e dar a última palavra, apresentarei alguns pontos distorcidos, ou seja, alguns sofismas em torno da análise do papel da Nova Era na profecia, os quais foram muito divulgados em nosso meio sem que houvesse um posicionamento de nossa parte frente aos mesmos.

Em vários livros se encontram afirmações asseverando que a Nova Era dominará de forma efetiva o cenário religioso. Certo autor chegou a compará-la a um imenso iceberg e a um imenso guarda-chuva sob o qual virão abrigar-se as mais diversas religiões. 

Outro autor apresentou o argumento de que a infiltração de idéias novaerinas que valorizam certas práticas rituais de cultos antigos, como o sacrifício humano, poderia levar ao cumprimento das profecias do Apocalipse, capítulo 13. A maioria dos livros evangélicos nos leva à conclusão de que a Nova Era dominará o mundo. A fim de sustentar todas essas declarações estarrecedoras, muitos autores interpretaram as afirmações do apóstolo Paulo em II Tessaloniscenses 2:l-l0 e as do apóstolo João em Apocalipse l3, numa perspectiva futurista. 

Desta forma, conclui-se que a Nova era é o "Carro-chefe" do Anticristo e que este é um líder novaerino, ou seja, é alguém intimamente ligado a este movimento sincretista de caráter místico, esotérico, panteísta, espiritualista, etc. Veja (ou leia) por exemplo os livros "Radiografia da Nova Era" de Elizeu C. Lira, Gráfica Tatuí Ltda., 1993; "Nova Era - O que você precisa saber" de Kenneth R. Wade, C.P.B., l994; "Enganado pela Nova Era" de Will Baron, C.P.B., l996.

Se qualquer pessoa fizer uma comparação das afirmações acima citadas, principalmente as dos livros mencionados, com o que encontramos no livro "O Grande Conflito", nos capítulos "Como começaram as trevas morais"(1o. parágrafo) e "Ameaça à consciência" (principalmente se analisar estas colocações inspiradas juntamente
com o que encontramos no livro Mensagens Escolhidas, Vol. III, em sua última seção - 11a.- "Acontecimentos dos Últimos Dias".), há de verificar uma terrível e inconciliável contradição!

Sem qualquer vestígio de exagero e zelo desmedido, afirmo, com toda segurança, que se compararmos o que declaram os analistas do "fenômeno" Nova Era com o que sustenta a linha de interpretação histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia, juntamente com o Espírito de Profecia, concluiremos que as duas correntes de análise encontram-se em posições diametralmente opostas. 

É necessário que mais pessoas estudadas e pesquisadores sérios de nosso meio verifiquem, minuciosamente, se há harmonia ou não nesta linha de argumentação que coloca a Nova Era num papel protagonista extremamente exacerbado, dentro dos pressupostos da escatologia bíblica, e se isto não contradiz, de alguma forma, o que sustenta nossa linha de interpretação profética tradicional.

A fim de esclarecer melhor o que estou considerando, apresento os seguintes pontos:

No famoso "Plano" da Nova Era, no item 8, lê-se: "Cristianismo e outras religiões serão DESACREDITADOS E ELIMINADOS da religião mundial". Toda essa carga afirmativa repete-se no item 9, onde lê-se: "Princípios cristãos serão DESACREDITADOS E ELIMINADOS" (os destaques logicamente são meus).

Aqui cabem duas reflexões, levando-se em consideração o tal plano:

  • Do ponto de vista da fundamentação, continuo "pagando para ver" uma declaração de um mentor ou guru, sacerdote, filósofo da Nova Era, em quaisquer de seus livros, nos quais possa ser encontrado claramente este "plano". Eu já vi vários autores protestantes, da linha futurista de interpretação escatológica propalar esse "plano", mas nenhum autor novaerino. Qualquer estudioso sabe que para asseverar tal afirmação faz-se necessária a apresentação de algo verídico para corroborar esta afirmação (sobre o tal "Plano"). É preciso a apresentação de uma obra novaerina falando desse plano, pois do contrário, tal tipo de declaração terá tudo para ser classificada como especulação sensacionalista.

  • Do ponto de vista da análise escatológica, verifica-se que todos estes itens do plano não encontram respaldo nas claras declarações do Espírito de Profecia, referente ao anticristo.

Se a Nova Era verdadeiramente vai dominar o cenário, por que não se encontra de forma clara, nos textos inspirados de Ellen G. White, que tratam de assuntos referentes aos eventos finais, algo que demonstre que surgiria tal movimento com toda essa influência e poder?

Aliás, tudo o que se afirma nessa análise sobre a Nova Era, vejo o Espírito de Profecia atribuir ao poder papal, no momento em que receber toda adesão ou apoio do mundo protestante (conforme revela esta serva de Deus).

Veja por exemplo: "O Grande Conflito", capítulo 35: "Ameaça a Consciência", e capítulo 38: "O Último Convite Divino"; o livro "Mensagens Escolhidas", Vol. 3, capítulo 55: "Lições da Maneira Como Foi Enfrentada a Crise da Lei Dominical....", a partir do oitavo [8o] parágrafo, e o capítulo 57: "A Última Grande Luta", a partir do subtítulo "Todo Ser Humano Estará no Exército de Cristo ou No Exército de Satanás"; o livro "Eventos Finais", capítulo 9:
"Leis Dominicais"; e capítulo 15: "O Selo de Deus e a Marca da Besta".

Digo sem medo de errar que este tipo de análise, a qual denomino "Teoria Escatológica da Nova Era Bicho-Papão", não encontra pleno fundamento nas revelações inspiradas. Para confirmar, vejamos alguns pontos, com base em nossa interpretação tradicional:

1. Quem é a Besta (um dos símbolos do Anticristo na Profecia)?

RESPOSTA QUE OBTEMOS NO ESPÍRITO DE PROFECIA:
É o Poder Papal. Basta ler "O Grande Conflito", capítulo 3: "Como começaram as trevas morais", no primeiro parágrafo (p. 49) e é bom ler também os outros quatro parágrafos iniciais deste capítulo (págs. 49 e 50). Compare isto com o capítulo 24: "A Imutável Lei de Deus", no 14o e 15o parágrafos (p. 439), continuando a comparação com o capítulo 35: "Ameaça à Consciência", no  25o e 26o parágrafos (p. 571).

2. Quem vai recuperar TODA A HEGEMONIA E INFLUÊNCIA SEM RIVAIS NO MUNDO RELIGIOSO, DE ACORDO COM A PROFECIA?

RESPOSTA QUE OBTEMOS DA BÍBLIA E DO ESPÍRITO DE PROFECIA: A Besta, isto é, O PODER PAPAL! Basta ler e analisar atentamente Apocalipse capítulo 13 (inteiro), capítulo 17:12 e 13; e capítulo 19:11-20.

E veja algumas afirmações claras do "Espírito de Profecia", nos livros e capítulos supra citados, entre as quais destaco as de "O Grande Conflito", capítulo 35: "Ameaça à Consciência":

 "Uma época de grandes trevas  intelectuais demonstrou-se favorável ao êxito do papado. PROVAR-SE-Á ainda que um tempo de grande luz intelectual é IGUALMENTE FAVORÁVEL AO SEU TRIUNFO." (E. G. White, Op. Cit., págs. 572 e 573. Os destaques e parêntese são meus). E VEJA QUE ISTO É UMA PROFECIA! E esta profecia se repete em outras partes do capítulo citado:

"E a profecia prevê a restauração de seu [do papado] poder" (Idem p.579); "....Roma está visando restabelecer o seu poder para recuperar a supremacia perdida".  (Idem p. 581), colchetes e grifos acrescentados.

Diante de todas essas afirmações, fico com uma inquietante interrogação, ao ler análises da "Teoria Nova Era Bicho Papão":

SE A NOVA ERA TEM TODA ESSA PREVALÊNCIA QUE LHE ATRIBUEM, COMO INTERPRETAR ESSAS CLARAS COLOCAÇÕES DO ESPÍRITO DE PROFECIA SOBRE A RESTAURAÇÃO DA HEGEMONIA E DOMÍNIO DO PODER PAPAL?

Fico aguardando uma resposta INSPIRADA, ABALISADA E CONVINCENTE!

É claro que o Espírito de Profecia e as revelações escatológicas da palavra de Deus apresentam a ação do ESPIRITISMO E DE MUITAS OUTRAS CORRENTES RELIGIOSAS ESPIRITUALISTAS E FILOSÓFICAS nas cenas finais. Mas há algo que precisa ser MINUCIOSAMENTE ESTUDADO:

a) As declarações do espírito de profecia, referentes à "terceira força" do exército satânico (Apocalipse 16:13) referem-se a quê ou quem?

Eis aqui um ponto delicado da profecia. Acho precipitação atribuir tudo o que se refira ao ESPIRITISMO (e esta é a palavra usada por Ellen G. White em suas obras) como que aplicando-se à Nova Era. COMO FICA O ESPIRITISMO KARDECISTA? Ao meu ver as afirmações inspiradas do Espírito de Profecia apontam mais especificamente para esta corrente religiosa. 

Obtenho esta compreensão do contexto da leitura de "O Grande Conflito", no capítulo 34: "Oferece o Espiritismo Alguma Esperança?", especialmente na parte inserida no contexto onde afirma-se: "As PANCADAS MISTERIOSAS com que o espiritismo moderno se iniciou..." (E. G. White, Op. Cit. p. 553). Ora todos sabem que os maiores mentores do espiritismo kardecista vêem no episódio citado uma das raízes de seu movimento. 

A mim isto constitui-se numa evidência de que o ESPIRITISMO, de que trata Ellen White, refere-se ao chamado espiritismo filosófico ou kardecista. Aliás, isto coaduna-se melhor com a realidade, haja vista que a doutrina espírita kardecista possui uma ESTRUTURA VISÍVEL. Mas, a sinceridade e a cautela me advertem que não posso aferrar-me nesta posição. Deverei AGUARDAR os acontecimentos e estudar mais minuciosamente o assunto.

b) Em que pesem as ações da "terceira força", denominada por Ellen White de "ESPIRITISMO", cuja atuação é bem descrita por esta escritora, o que fica claro é que O DOMÍNIO DAS ESTRUTURAS DE PODER (usando um termo das ciências sociais) SERÁ EXERCIDO PELAS IGREJAS CRISTÃS, SOB O COMANDO DO PODER PAPAL. Isto é facilmente verificável ao se estudar o livro "O Grande Conflito", capítulo "O Maior Perigo Para o Lar e Para a Vida", de onde destaco uma afirmação: "E, como os espíritos PROFESSARÃO FÉ NA ESCRITURA, e DEMONSTRARÃO RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES DA IGREJA, sua obra será aceita como manifestação do poder divino".  – E. G. White, Op. Cit. P. 588, destaques acrescentados.

Isto não significa uma subserviência, mesmo fingida, do espiritismo às igrejas? Diante de tal declaração não se conclui que as igrejas manterão sua ESTRUTURA INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL?

Outra declaração encontrada na mesma obra, no capítulo 38: "O Último Convite Divino" (no qual a serva de Deus analisa a última arrancada evangelística do povo do Senhor), afirma-se o seguinte: "O clero empregará esforços quase sobre-humanos para excluir a luz, receoso de que ilumine seus rebanhos. A igreja apelará para o braço forte do poder civil, e nesta obra unir-se-ão romanistas e protestantes". - Idem, p. 607, grifos acrescentados.

Há também esta declaração na mesma obra, no capítulo "Aproxima-se o Tempo de Angústia":
"Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia POR TODA A CRISTANDADE, as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do domingo... (...). O ROMANISMO no Velho Mundo e o PROTESTANTISMO APÓSTATA no Novo, adotarão conduta idêntica para com aqueles que honram todos os preceitos divinos". - Idem, págs. 615 e 616,destaques acrescentados.

Qual a conclusão que se obtém dessas afirmações?

1. O tão decantado "Plano Novaerino", nos itens 8 e 9, de ELIMINAR o cristianismo não se demonstra coerente e real, visto que as revelações do Espírito de Profecia conduzem à conclusão de que as igrejas MANTERÃO SUAS ESTRTURAS!

2. O ponto de litígio no final dos tempos, segundo a serva do Senhor, girará em torno do dia de guarda. Ora, neste ponto suas declarações revelam claramente que a imposição da guarda do domingo será uma homenagem que o mundo inteiro prestará AO PAPADO, E NÃO À NOVA ERA. O simples estudo do livro "Eventos Finais", no capítulo 9: "Leis Dominicais" deixará isto bem claro. De todas as obras inspiradas que mencionei, destaco algumas declarações importantes:

"... eles não conseguem ver que a exaltação do domingo É  UMA INSTITUIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA". – E. G. White, "Mensagens Escolhidas, Vol. 3, p. 424, destaques acrescentados.

 "(...). Não vêem que se um governo protestante abandona os princípios que deles fizeram uma nação livre e independente, e, pela legislação, introduz na Constituição princípios QUE PROPAGUEM A FALSIDADE E ILUSÃO PAPAL, eles estão se lançando nos HORRORES ROMANOS DA IDADE MÉDIA". – E. G. White, "Eventos Finais", capítulo: "Leis Dominicais", p. 110, grifos e destaques acrescentados.

Mais uma vez pergunto: Como inserir a análise da Teoria da Nova Era Bicho Papão nesse contexto?

Ora, neste ponto cabe muito bem o questionamento que se obtém do livro "Compreendendo a Nova Era", da editora Bompastor, da autoria de Russel Chandler, através do qual afirmo: Para a Nova Era ter toda essa abrangência, seria necessário que fosse ONIPRESENTE. Isto imporia a necessidade de ter um COMANDO CENTRAL (organização institucional visível), suficientemente forte, na dimensão de uma Igreja Católica ou de um país como os Estados Unidos, onde todos os seus agentes, em todas as instâncias, estivessem totalmente unânimes no afã de Concretizar os objetivos da Nova Era. E sabemos todos que a Nova Era não detém toda essa estrutura e poder. 

NÃO BASTA afirmar que os EUA e a Igreja Católica são agências ou são manipulados por ideologias novaerinas, pois isto esbarra numa análise mais profunda, seja dos fatos ou das declarações proféticas acima consideradas. Não há como afirmar tal disparate, visto que não podemos encontrar nenhum dado concreto que possa apoiar tal asseveração. Não há como dizer que os Estados Unidos e a Igreja Católica estejam unânimes na promoção dos ideais e objetivos da Nova Era em todas as esferas de sua estrutura organizacional.

Isto que estamos considerando é muito bem exemplificado, à luz da História Universal, com referência a Igreja Católica. Para esta igreja chegar a influenciar os aspectos fundamentais da vida social, política e religiosa do mundo medieval, houve todo um processo de união e comprometimento com o poder civil e não somente isto: ela chegou ao DOMÍNIO da estrutura estatal nos principais países da Europa Ocidental. Qualquer estudo sério deste tema confirmará o que apresento. 

Interessante é observar que a Sra. White, em suas declarações inspiradas afirma que o poderio católico ressurgirá em condições idênticas as do passado: "Se o leitor deseja compreender que agentes atuarão na luta prestes a vir, não tem senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que rejeitarem seus dogmas, VEJA O ESPÍRITO QUE ROMA MANIFESTOU EM RELAÇÃO AO SÁBADO E SEUS DEFENSORES". - E. G. White, "O Grande Conflito", capítulo "Ameaça à Consciência", págs. 573 e 574, destaques acrescentados. 

E observe o relato no livro "Eventos Finais", capítulo 9: "Leis Dominicais": "... se um governo protestante .... introduz na Constituição princípios que propaguem a falsidade e ilusão papal, ELES ESTÃO SE LANÇANDO NOS HORRORES ROMANOS DA IDADE MÉDIA". - E. G. White, Op. Cit. p. 110.

Neste ponto da contestação cabe outro questionamento:

Toda esta análise sobre o suposto papel da Nova Era nos eventos finais não está descambando para o alarmismo e sensacionalismo?

Não se trata de afirmar que a Nova Era não é perigosa. Também não afirmo que suas idéias não estejam sendo divulgadas. O que quero dizer é que antes de afirmarmos que este ou aquele movimento ou ação histórica, política, social, religiosa, etc., é fomentado por agentes e pensadores novaerinos, faz-se necessário esgotar todas as análises.

Sem falar que toda tese, teoria, hipótese precisa contar com uma suficiente fundamentação, baseada em fatos confirmados, com ampla margem documental. E isto falta a esta "Teoria da Nova Era Bicho Papão", pois apresenta a Nova Era imiscuindo-se em todos os aspectos da vida econômica, social e política do mundo hodierno. Isto faz com que se manifestem muitas afirmações tragicômicas, que ignoram AS LEIS QUE DETERMINAM O FUNCIONAMENTO DAS SOCIEDADES, tal como as conhecemos no estudo das ciências humanas (História, Geografia, Sociologia, Economia Política, etc).

Entre as tantas declarações estapafúrdias, do ponto de vista das ciências humanas, existem as que afirmam que a Nova Era centralizará as riquezas num diretório mundial. Num dia os bens serão todos confiscados, e as pessoas só poderão recebê-los de volta se tiverem passado por uma tal "Iniciação Luciferiana".

COMO executar isso no mundo atual, cuja economia se diversifica e atinge uma complexidade inominável, com o chamado capital "volátil" e tudo mais? Que "DIRETÓRIO" será esse? Muitos analistas e estudiosos da economia se espocariam de rir diante de tal afirmação.

COMO seria esse confisco de bens? COMO seria esta iniciação: individual, grupal, nacional, em bloco de países?

Se for individual, poderemos esperar Jesus voltar daqui a uns 50 anos (pelo menos), isto se esta iniciação tiver começado hoje!

Encerro minhas considerações pedindo que ao se analisar a Nova Era e o seu suposto papel destacado nos eventos finais apresentados na profecia, proceda-se o confronto das conclusões obtidas com as afirmações de nossa escatologia tradicional que aponta para o triunfo do poder papal.

Privilegiar e destacar o papel da Nova Era numa análise escatológica, simplesmente desloca e minimiza o poder papal e o coloca numa posição de mero coadjuvante no processo que se diz conduzido pela Nova Era. E DEFINITIVAMENTE NÃO É ESTA A CONCLUSÃO QUE SE IMPÕE NO ESTUDO DA PROFECIA E DAS AFIRMAÇÕES DE ELEN G. WHITE.

Interessante é observar que teólogos com formação histórica não enveredam por esta análise futurista, travestida de historicismo profético (a da nova era bicho papão). Ao contrário, continuam afirmando a visão que acabei de pugnar, como é o caso de Clifford Goldstein, em sua pequena, porém excelente obra: "O Dia do Dragão", da Casa Publicadora. Seria bom verificar a análise do autor no referido livro.

Que Deus, em sua infinita misericórdia, nos ajude com sua iluminação! -- Roque Aldo Meira.

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