Ex-Obreiro Confirma Perseguição Ministerial

Entendo o que o Pr. Wilson Almeida está passando. Quando um ministro é desligado da Organização Adventista por algum erro pessoal (o que não foi o caso do Pr.Wilson), ele é simplesmente deixado de lado e esquecido. Os antigos amigos de ministério, passam a ignorá-lo ou fingir não vê-lo; salvo algumas exceções.

Fui ministro na Organização e o meu erro foi não concordar e denunciar alguns erros administrativos. Manifestei a minha opinião em Assembléia de Trienal e depois para líderes da chamada "Organização Superior" e o que eu ouvi foi: " ...ainda que a mesa administrativa erre, devemos acatar suas decisões".

Saí de férias e quando voltei descobri que havia sido desligado do ministério por "insubordinação". Isto é, o pastor só deve continuar a sê-lo quando concorda inquestionavelmente com seus líderes superiores.

O pastor pode até divergir do presidente ou ministerial desde que os tais não saibam. Caso venham a saber, o envolvido no episódio é transferido para qualquer lugar, menos permanecer ali. Questionando sobre essa postura a alguns líderes da "Organização Superior" a explicação foi: " Um presidente tem o direito de escolher com quem quer trabalhar".

Essa atitude não reflete o pensamento de Cristo, quando disse: " Perdoai-vos uns aos outros". Na igreja (comunidade) quando alguém erra contra nós jamais chegamos ao disparate de solicitar à assembléia da igreja que o transfira para uma outra. Isto é, temos que conviver com os erros de nossos irmãos, mas um presidente "que se preza" não pode admitir um pastor que pense diferente dele.

Quantas injustiças têm sido feitas contra pastores que, temendo perder o "emprego", permanecem em silêncio! Quando um deles resolve abrir a boca, ou é transferido ou demitido. Pior ainda quando resolve falar sobre erros administrativos. O tal será perseguido pelo resto da vida. Que nenhum pastor ouse enfrentar o poderio da Organização e se o fizer, que esteja preparado, pois, experimentará na pele a perseguição.

Quando saí do ministério foram tantas as declarações não verídicas que iam do roubo ao adultério. Todavia, somente a minha família e alguns pastores amigos é que presenciaram a minha angústia. Anos de estudos pagos por mim para cursar numa faculdade que, fora da Organização, não tem nenhum valor acadêmico. Isso sem contar as inúmeras férias colportando, deixando a família de lado para conseguir o dinheiro. Dormindo em fundo de igreja e escolas.

Continuo adventista por convicção de fé e não por crença na liderança. É verdade que nem todos se corromperam ou se tornaram mercenário na vinha do Senhor. Há grandes homens de Deus ainda na Organização, porém, são como: "... os sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal". Oremos para que os tais não dobrem seus joelhos a presidentes e líderes que se "apossaram" da vinha do Senhor.

Que Deus continue no comando da "menina dos Seus olhos". -- Yves Ayres

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