Capítulo 6

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CRISTO, O DOADOR DA LEI

"Porque o SENHOR é o nosso juiz; o SENHOR é o nosso legislador, o SENHOR é o nosso rei; Ele nos salvará". Isaías 33:22.

Temos agora que considerar a CRISTO em outro personagem, mas não outro. É o que naturalmente resulta de Sua posição como Criador, pois Aquele que cria deve certamente ter autoridade de guiar e controlar. Lemos em João 5:22,23 as palavras de CRISTO, segundo as quais "o PAI a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento, a fim de que todos honrem o Filho, do modo por que honram o PAI. Quem não honra o Filho não honra o PAI". Sendo CRISTO a manifestação do PAI na Criação, assim Ele é a manifestação do PAI em dar e executar a lei. Alguns textos  escriturísticos são suficientes para provar isto.

Em Números 21:4-6 temos o registro parcial de um incidente que teve lugar enquanto os filhos de Israel estavam no deserto. Leiamo-lo: "Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém o povo se tornou impaciente no caminho. E falou contra DEUS e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. Então o SENHOR mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel". O povo falou contra DEUS e contra Moisés, dizendo: Por que nos trouxeste para este deserto? Acharam falta no seu líder. É por isso que foram destruídos por serpentes. Agora, leiamos as palavras do apóstolo Paulo com respeito ao mesmo evento:

"Não ponhamos o SENHOR à prova, como alguns deles já fizeram, e pereceram pelas mordeduras das serpentes". I Cor. 10:9.

O que isto prova? Que o Líder contra quem eles murmuravam era CRISTO. Isto é adicionalmente demonstrado pelo fato de que quando Moisés lançou sua sorte por Israel, recusando ser chamado o filho da filha de Faraó, ele considerou o opróbrio de CRISTO de maior valor do que as riquezas do Egito. Heb. 11:26. Leia também 1 Coríntios 10:4, onde Paulo declara que os pais "beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguira. E a pedra era CRISTO". Assim, pois, CRISTO era o Líder de Israel saído do Egito.

O terceiro capítulo de Hebreus torna claro este mesmo fato. Ali é-nos dito para considerar o "Apóstolo e Sumo Sacerdote de nossa profissão, CRISTO JESUS, o qual é fiel àquele que O constituiu, como também o era Moisés em toda a casa de DEUS". Versos 1-6. A seguir nos é dito que nós somos Sua casa se nos firmarmos em nossa confiança até o fim. Portanto, somos exortados pelo ESPÍRITO SANTO a ouvir Sua voz e não endurecer nossos corações, como na provocação do deserto por nossos pais. "Porque nos temos tornado participantes de CRISTO, se de fato guardarmos firme até ao fim a confiança que desde o princípio tivemos. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações como foi na provocação. Ora, quais os que, tendo ouvido se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés? E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?"

A mesma coisa é demonstrada em Josué 5:13-15, onde nos é dito que o homem a quem Josué viu perto de Jericó, tendo uma espada nua na mão, em resposta à pergunta de Josué: "És tu dos nossos, ou dos nossos adversários?" declarou: "Não; sou príncipe do exército do SENHOR, e acabo de chegar". Na verdade, ninguém se achará que dispute que CRISTO era o real Líder de Israel, conquanto invisível.

Moisés, o líder visível do povo de Israel, "resistiu como vendo Aquele que é invisível". Fora CRISTO quem comissionara Moisés a ir e libertar o Seu povo. Lemos em Êxodo 20:1-3:

"Então falou DEUS todas estas palavras: Eu sou o SENHOR teu DEUS, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim." Quem pronunciou estas palavras? Aquele que os trouxe do Egito. E quem foi o Líder de Israel no Egito? Foi CRISTO. Então quem pronunciou a lei no Monte Sinai? Foi CRISTO, o resplendor da glória do PAI e a expressa imagem de Sua pessoa, que é a manifestação de DEUS ao homem. Foi o Criador de todas as coisas criadas e Aquele a Quem todo juízo foi confiado.

Este ponto pode ser demonstrado doutro modo. Quando o SENHOR vier, será com um clamor (1 Tess. 4:16), que penetrará as tumbas e despertará os mortos (João 5:28, 29). "O SENHOR lá do alto rugirá, e da Sua santa morada fará ouvir a Sua voz; rugirá fortemente contra a Sua malhada, com brados contra todos os moradores da Terra, como o eia! dos que pisam as uvas. Chegará o estrondo até à extremidade da Terra, porque o SENHOR tem contenda com as nações, entrará em juízo contra toda carne; os perversos entregará à espada, diz o SENHOR". Jeremias 25:30,31. Comparando isto com Apocalipse 19:11-21, onde CRISTO como o Líder dos exércitos dos céus, o Verbo de DEUS, Rei dos reis, e SENHOR dos senhores, sai para pisar o lagar da ira e ferocidade do DEUS Todo-poderoso, destruindo todos os ímpios, verificamos que é CRISTO que "brama de Sião, e Se fará ouvir de Jerusalém, e os céus e a Terra tremerão; mas o SENHOR  será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel". Joel 3:16.

Destes textos, ao qual outros poderiam ser acrescentados, aprendemos que, em relação com a vinda do SENHOR para livrar o Seu povo, é Ele que fala com uma voz que sacode a Terra e os céus -- "A Terra cambaleia como um bêbado, e balanceia como rede de dormir" (Isa. 24:20), e "os céus passarão com estrepitoso estrondo" (2 Pedro 3:10). Agora leiamos Hebreus 12:25,26:

"Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem divinamente os advertia sobre a Terra, muito menos nós, os que nos desviamos Daquele que dos céus nos adverte, Aquele, cuja voz abalou, então, a Terra; agora, porém, Ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar não só a Terra, mas também o céu".

A ocasião em que a Voz falando sobre a Terra a abalou foi quando a lei foi proferida no Sinai (Êxo. 19:18-20; Heb. 12:18-20), um evento que jamais teve paralelo em impacto e jamais terá até que o SENHOR venha com todos os anjos celestiais para salvar o Seu povo. Mas, observemos: A mesma voz que então abalou a Terra, no porvir abalará não somente a Terra, mas também o céu, e temos visto que é a voz de CRISTO que soará com tal vigor ao ponto de abalar o céu e a Terra quando de Sua controvérsia com as nações. Portanto, está demonstrado que foi a voz de CRISTO que se fez ouvir no Sinai, proclamando os dez mandamentos.

Isto não é mais do que naturalmente se poderia concluir do que temos aprendido com respeito a CRISTO como Criador e Autor do sábado. Na verdade, o fato de que CRISTO é parte da Divindade, possuindo todos os atributos da divindade, sendo igual ao PAI em todos os aspectos, como Criador e Legislador, é a única força que há na expiação. É isto somente que torna a redenção uma possibilidade. CRISTO morreu "para conduzir-nos a DEUS" (I Pedro 3:18), mas se Lhe faltasse um jota de igualdade com DEUS, não poderia conduzir-nos a Ele. A divindade significa ter os atributos da deidade.

Se CRISTO não fosse divino, então somente poderíamos ter um sacrifício humano. Não importa, mesmo que se conceda que CRISTO foi a mais elevada inteligência do Universo; nesse caso Ele seria um súdito, devendo aliança à lei, sem habilidade de cumprir mais do que o Seu próprio dever. Ele não poderia dispor de justiça para comunicar a outros. Há uma distância infinita entre o mais elevado anjo já criado e DEUS; portanto, o mais elevado anjo não poderia soerguer o homem caído e torná-lo participante da natureza divina. Os anjos podem ministrar; DEUS somente pode remir. Graças damos a DEUS por sermos salvos, "mediante a redenção que há em CRISTO JESUS", em quem habita toda a plenitude da divindade corporalmente e que é, portanto, capaz de salvar plenamente aqueles que vêm a DEUS por Ele.

Esta verdade ajuda a obtermos uma compreensão mais perfeita da razão por que CRISTO é chamado o Verbo de DEUS. Ele é Aquele mediante Quem a vontade  e poder divinos são tornados conhecidos aos homens. Ele é, por assim dizer, o porta-voz da Divindade, a manifestação da Divindade. Ele declara ou torna DEUS conhecido ao homem. É do agrado do PAI que Nele habitasse toda a plenitude; e, portanto, o PAI não é relegado a uma posição secundária, como alguns imaginam, quando CRISTO é exaltado como Criador e Legislador, pois a glória do PAI fulgura mediante o Filho.

Uma vez que DEUS é conhecido somente mediante CRISTO, é evidente que o PAI não pode ser honrado como Ele deve ser honrado, por aqueles que não exaltam a CRISTO. Como o próprio CRISTO disse: "Quem não honra o Filho não honra o PAI que O enviou". João 5:23.

Indaga-se como CRISTO poderia ser o Mediador entre DEUS e o homem e também o Legislador? Não temos de explicar como isso pode ser, mas somente aceitar as Escrituras no que dão testemunho de que assim é. E o fato de assim ser é o que dá força à doutrina da expiação. A segurança do pecador de pleno e perfeito perdão jaz no fato de que o próprio Legislador, Aquele contra quem Ele havia se rebelado e ao qual havia desafiado, é o que Se deu por nós.

Como é possível para quem quer que seja duvidar da honestidade do propósito de DEUS ou de Sua perfeita boa vontade para com os homens, quando deu-Se por Sua redenção? Que não se imagine que o PAI e o Filho foram separados nessa transação. Foram um nisto, bem como em tudo o mais. O conselho de paz foi entre Eles ambos (Zac. 6:12,13), e mesmo enquanto aqui na Terra, o Filho unigênito estava no seio do PAI.

Que maravilhosa manifestação de amor! O Inocente sofria pelo culpado; o Justo pelo injusto; o Criador pela criatura; o Autor da lei pelo transgressor dessa lei; o Rei por seus rebeldes súditos. Uma vez que DEUS não poupou a Seu próprio Filho, mas livremente O entregou por nós todos --uma vez que CRISTO voluntariamente Se deu por nós --como não irá com Ele livremente nos conceder todas as coisas?

O amor infinito não poderia encontrar maior manifestação de si mesmo. Bem pode o SENHOR dizer: "Que mais se podia fazer ainda à Minha vinha que Eu lhe não tenha feito?"


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