Estranha Oração Preocupa Leitor

Já ouvi em algumas igrejas, inclusive na última que freqüentava, uma oração que me parece muito suspeita, principalmente depois que li o livro Enganado pela Nova Era. Will Baron conta que, antes de estar convertido a Deus, pertencendo ao Caminho Iluminado da Nova Era, via com alegria as várias igrejas usando uma invocação ou oração a Lúcifer!

Gostaria que prestasse atenção nesta oração que, com pequenas modificações, está sendo feita em várias de nossas igrejas. E se possível, dissesse-me se pode haver alguma relação com a Nova Era. Pediria ainda que verificasse com os outros irmãos para ver o que pensam.

A "oração" diz o seguinte: 

Vem, Espírito Santo. Vem transformar meu ser. Dá-me Tua paz e a luz do Teu ser. É o que eu Te peço, amém.

Gostaria que atentassem para o seguinte. A renovação carismática apela exatamente ao trabalho de renovação, ou "reavivamento" (falso logicamente), enquanto que Jesus afirma expressamente que devemos "nascer" de novo. Conversão diária é um processo de volta e não de "remendos". Daí a suspeita, inclusive com hinos em acampamentos, corinhos, que apelam aos sentimentos, com clara conotação espiritualista, como um hino espúrio.

"Renova-me Senhor Jesus" -- Não nos esqueçamos de que Satanás, quando Lúcifer, era o regente do coro celestial.

"Dá-me tua paz, e a luz do teu ser..." Todos sabemos a paz vem através do aceitar o que o Filho fez. E Espírito Santo não vem para dar paz. O próprio Jesus afirmou que o espírito iria (irá) convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Em realidade, o Espírito traz lutas, implanta uma natureza antagônica no ser humano e começa o conflito interior. Feito este trabalho, que é quando o Espírito convence o ser humano do pecado,  é lhe indicada a paz.

Cristo Jesus, esta é a pessoa da divindade que "nos traz a paz". Ele é que nos reconciliou com Deus, e o Espírito nos leva a Ele. Por isso, o Espírito não fala de si mesmo e também não pede honra para si. Por isso também o Espírito não se identifica por nome, a não ser por atributo, enquanto que o Pai tem nome, Jeová, e o Filho igualmente, Emanuel, Deus conosco, por meio de quem tudo se realiza.

Também somos ensinados que o Espírito não tem luz própria. Tanto o Filho, quanto o Espírito "refletem" a luz do Pai, daí o Filho ser o "resplendor" e não o "explendor", atributo exclusivo do Pai. É dEle, o Pai, que emana toda a luz, por isso Seu trono é chamado o trono da glória inascessível. E também nosso amado Salvador é a Estrela D'alva (ou Estrela da manhã, expressão usada para identificar o planeta Vênus), porque os planetas refletem a luz do Sol, muito embora o Filho será final e totalmente glorificado pelo Pai na consumação de tudo, quando receber por direito o reino, sentando-se com o Pai. Ambos ser-nos-ão luz, daí o fato de na Nova Jerusalém, não haver sol nem lua. Também vemos este processo na forma de comunicação de toda a luz. Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, etc.

Quando enviamos uma oração ao Espírito, simplesmente ela pode estar sendo dirigida a qualquer ser, inclusive humano. E será reconhecido o destinatário pelos atributos nela contidos. Assim, quer me parecer que o "espírito" que se arroga ter luz própria, tomando para si o poder de comunicar paz, não pode ser aquele que não fala de si próprio. E creio, os anjos que conhecem profundamente a importância do verbo, conseguem discernir o "veneno" da serpente que porventura possa aí estar.

E finalmente, a oração conclui dizendo: "...é o que EU te peço, Amém..." Não creio que haveria necessidade de comentar este pormenor, mas todos sabemos em nome de quem devem ser apresentadas nossas súplicas e por que devemos orar em nome de Jesus. As orações feitas em nosso nome não saem da Terra. Necessitam ser dirigidas ao Pai, doador de todas as bênçãos, em nome do Filho, através do qual as orações são ouvidas. 

Mesmo porque nossas orações, se devidamente endereçadas, chegam ao trono da graça, e daí, misturadas ao incensário (perfume) de Cristo, o Filho, são levadas ao Pai. Assim, parece-me que devemos forçosamente concluir que qualquer oração que não seja endereçada às potestades do Céu, serão fatalmente direcionadas às potestades da terra, àquele que se arroga o direito de representar-nos perante o Pai. Veja-se em Jó, a pergunta do Pai: donde vens? "De rodear a terra..."

Seria, quem sabe, interessante também notar que a igreja em questão me tirou do púlpito por pregar o que está exposto em Mensagens Escolhidas, Vol. 2, onde a mensageira do Senhor afirma expressamente: "Será possível que com toda a luz que temos recebido do Senhor, ministros e professores...ensinem por preceito e exemplo que devam estar em pé quando dirigem a oração a Deus...?" Ela apresenta então uma repreensão pública naquele que ia fazer a oração em pé antes que alguém falasse ao público e com clareza expressa: "De joelhos, esta é sempre a posição ideal."

Engraçado que a mesma igreja que consegue nos advertir porque queremos dar o melhor a Deus, inclusive nos acusando de querer ser mais santos que os outros, sempre que faz "esta oração" (a do tema em questão) faz de joelhos, sempre. Peço então que considere-se o aqui exposto, posso estar equivocado, ou, em excesso de zelo, vendo o que não existe. Mas enquanto isso, pela convicção que tenho, quando a igreja faz as orações em pé, eu me ajoelho, e tristemente parece-me que quando ela de joelhos faz esta, o dever me indica que devo sentar-me e não participar.

Muitos de nossos irmãos têm se calado quando hinos alterados nos ensinam a cantar frases de duplo sentido como: "Vencido tem Jesus..." Quem pretende ter vencido Jesus ? Só o inimigo da verdade...

Que o nosso Pai possa, em misericórdia pela nossa indolência e falta de cuidado, dar-nos, Ele, sim, o Seu Espírito, para que possamos ver como os anjos vêem, e não estar oferecendo a Ele, vinho misturado, fogo estranho aceso na infernal tocha de Satanás.

Oremos: "Pai Celestial, viemos a Ti como pecadores. Pedimos-Te perdão por tamanha indolência. Somos impuros e habitamos no meio de um povo de impuros lábios. Teu nome tem sido levado ao opróbrio por aquela que deveria Te honrar em tudo o que faz. Se fossemos destruídos hoje como povo, seria com justiça a paga do que merecemos, mas chegamos a Ti em nome do Senhor Jesus, Teu amado Filho, nosso Advogado e intercessor. E Te pedimos que nos cubra com o manto de justiça tecido nos céus, para que possamos encontrar graça e sermos tocados pela brasa viva do altar, para então Te oferecer um culto digno, na presença de Teus santos anjos. Amém." -- Rogério Buzzi


Concordo

Por favor, gostaria que vocês enviassem algo sobre música na Igreja, pois estou inserido nesse departamento e preciso saber analisar bem os hinos que são cantados na Igreja da qual sou membro. 

A verdade é que num mundo onde os valores e opiniões são cada vez mais relativos e a exatidão das normas é tida como "extremismo", até mesmo a nossa Igreja adventista está sendo abalada com uma injeção maligna de novos ritmos modernos e letras pobres, às vezes repletas de repetições...coisa bem parecida com a música mundana. 

Sem falar dos irmãos que querem cantar músicas de outras igrejas dentro da nossa, trocando o nosso repertório pelo exagero de emocionalismo inserido nessas músicas sem nenhuma inspiração.

Li o artigo "Estranha oração preocupa leitor" e vi o quanto são sutis os erros em nossas orações e músicas. Só que fica difícil de mostrar isso para toda a igreja, pois vários hinos do nosso próprio hinário falam de renovação pelo Espírito Santo. Se for assim, será que todas as nossas igrejas já estão cantando hinos espúrios num culto de adoração ao Rei dos Reis? Gostaria de um esclarecimento melhor.


Discordo

O Rogério Buzzi está se preocupando demais com as palavras de uma oração. Deus que conhece o coração sabe as intenções de quem ora. O que vale é a sinceridade do indivíduo.

No final, ele pede em sua oração a Deus que Ele nos ajude a encontrar a graça. A graça está à disposição de todos nós desde a morte de Jesus. Não seria que o Rogério está perdendo muito tempo com detalhes e preocupado em salvar-se por suas próprias obras? -- E.F. Vieira, EUA.

Também Discordo!

A propósito do artigo “Estranha Oração Preocupa o Leitor”, acredito ser necessário comentar alguns pontos.

Fica claro que o autor é muito bem intencionado em tudo que escreve, mas isso, definitivamente, não é suficiente. A “preocupação” do irmão Buzzi é um tanto quanto infundada. 

Estranhei o teor jeovista da explicação que o autor dá para o perigo de orarmos ao Espírito Santo. Dizer que só podemos orar a Deus Pai porque se leu na Bíblia “que se pede ao Pai em nome de JESUS mas jamais a Jesus ou ao Espírito Santo” é levar o texto bíblico ao pé da letra. Algo assim como concluir que “crer no Senho Jesus e ser batizado” já ser suficiente para ser salvo. Não é isso que fala Atos 16:31? Um pouco precipitado isso...

Outra coisa é esta infeliz assertiva: “também somos ensinados que o Espírito não tem luz própria.” Sério? Ensinados por quem? Por algum teólogo ariano, com certeza! O Espírito Santo não tem luz própria? O Espírito Santo não é Deus? Ou Ele é meio-Deus? Os atributos da Divindade são parcelados? Mas a coisa fica pior ainda quando o irmão Rogério Buzzi escreve: "E também nosso amado Salvador é a Estrela d’Alva..." Eu aprendi que Jesus é o Sol da Justiça, isto Lhe cabe apropriadamente, porque Ele é fonte de luz. “A verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo o homem.” A Estrela d’Alva – qualquer um sabe disso – é chamada também de Estrela da Manhã, exatamente como encontramos no texto de Isaías 14:12. A propósito, a quem, profeticamente, esta passagem está se referindo, mesmo? A Jesus?

Mas a coisa sempre pode piorar: “Quando enviamos uma oração ao Espírito, simplesmente ela pode estar sendo dirigida a qualquer ser, inclusive humano.” Nas minhas discussões com um certo grupo religioso, eu também costumava ouvir coisas assim. Assustador. Preocupante. Onde chegamos! Como o engano modifica sua carranca medonha, de acordo com as circunstâncias! 

Quer dizer que se eu me dirigir ao Espírito Santo, pedindo-Lhe alguma coisa, é como se eu estivesse me dirigindo a um ser qualquer, inclusive humano? Jesus pecou quando permitiu que Tomé O adorasse? Sei, irmão Rogério Buzzi, que a sua implicância é com o hino. Pessoalmente nem eu sou muito ligado neste tipo de música-show que se faz na Igreja hoje. Mas daí para se criar este “pecado” de se dirigir ao Espírito Santo, isto é demais! O irmão reduziu a função do Espírito Santo à de um garoto de recados, quando muito à de um funileiro consertando lataria estragada. Meu caro, Ele é Deus! Tome cuidado com o que fala! Revise sua teologia antipática e intectualóide!

Poderia comentar mais alguma coisa, mas peço àqueles que estiverem lendo este texto que considerem com carinho e oração o fato de termos as três Pessoas da Trindade trabalhando pela nossa salvação. A atuação de cada Um é de uma importância magnífica. O Pai não está inerte num trono enfeitado recebendo recados da Terra. Deus do Céu! É muito mais que isso! Leiam, estudem, comparem textos, mas não se deixem levar por essas opiniões aparentemente embasadas no texto bíblico. É sabido que é possível se falar muita besteira utilizando a Bíblia.

Não se ofenda, irmão Buzzi, mas não queira ser a última palavra em nada nesta vida. Este é o erro de toda religião. Especialmente das proselitistas. -- Armênio Ferraz de Oliveira Junior,  Limeira, SP.


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