Os 4Manos São Apenas a Ponta do Iceberg

Tenho constantemente me perguntado se vale a pena trazer sobre nós a inimizade do mundo, ou mesmo daqueles que de uma ou outra forma crêem no evangelho. E sempre a resposta é: insta em tempo e fora de tempo, quer ouçam, quer deixem de ouvir.

Nosso irmão Rogério Prado demonstra uma lógica digna de comentário, própria de um coração que pelo menos aparentemente aprendeu a necessidade da tolerância em nosso meio. Ainda assim, espero que este texto, assim como o artigo dele, possa ser recebido no mais absoluto espírito cristão, pois o único objetivo do mesmo é, até onde tenhamos este direito, tentar direcionar o zelo deste amado de Deus.

Quanto ao estarrecimento da irmã, quanto ao que viu ou ouviu, gostaria de crer que ela tão somente consegue ver a ponta de um iceberg que em realidade sequer ofuscaria a igreja de Deus, não fosse o que está escondido por baixo das "ondas do mar". Porque em realidade, esses garotos são apenas esta ponta visível.

Não fosse o fato lamentável deles por seu comportamento, vestuário e palavras, estarem longe de representar o caráter de Cristo, a bem da verdade estariam quase fazendo um favor a igreja (verdadeira) pois em sua liberdade e sinceridade, deixam aparecer o que está em seu coração. Ainda que isso não leve a igreja a crescer, deve pelo menos mostrar a ela a condição em que chegamos.

Quanto ao dom recebido pelos meninos, com toda certeza foi Deus que lhes deu. O problema está no fato de que os dons são dados como depósito, para serem usados para honra e glória deste Deus, o que infelizmente, qualquer cristão de verdade sabe que não está sendo feito.

Usando as palavras da irmã, o irmão diz que esses meninos de corte esquisito, sua música, danças e palmas, são exemplo de fé e justiça, mas o apóstolo Thiago não concorda com isso, diz ele: Que aproveita ao homem dizer que tem fé, se não tiver as obras?

A verdadeira fé não é inoperante, a verdadeira fé é demonstrada pelas obras, e estas obras são as obras geradas pelo Espírito Santo na vida do crente. E o Espírito Santo jamais nos moverá a um corte esquisito no cabelo, a uma música mundana, palavreado condenável, e comportamento frívolo.

Aliás, disseste muito bem, foi perdida uma oportunidade enorme, que sem dúvida está registrada nos livros do céu como negligenciada.

Creio realmente que onde mora é como diz: Música mais profana, dança pior e muita coisa além. No entanto, os filhos de Deus não tomam como comparação o exemplo do mundo para medir suas ações, e sim, tomam a Cristo, pois assim, temos uma base perfeita com que comparar nosso caráter. 

Podem ser santos se comparados com a realidade de onde surgiram? Como podem ser perfeitos tendo nascido onde nasceram? Feliz ou infelizmente, a santidade não é comparada à realidade de onde viemos e sim, moldada pela palavra de Deus. O lírio que nasce em meio ao lamaçal mantém sua beleza e fragrância imaculadas, assim deve ser o cristão. 

Não esqueçamos que o verdadeiro convertido não surge do Capão Redondo, da Favela da Rocinha ou da Baixada Fluminense. Ele nasce da água e do espírito, do reino da graça. E embora deva lutar daí para frente com uma série de maus traços herdados e adquiridos, ainda assim, é uma nova criatura: O corte esquisito que amava, agora aborrece, o funk que gostava, agora detesta, o palavreado mundano foi substituído por uma linguagem santa, pois ...é Deus que opera tanto o querer quanto o efetuar!

É verdade que a igreja de Corinto tinha gente de todo tipo, também é verdade que Deus os amava a todos, mas, vê a mensagem de amor que é dada aos coríntios por causa do comportamento e ação deles? Não podemos julgá-los? Por certo que não, já estão julgados pela própria palavra. "Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os que se prostituem... Vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador, com o tal nem ainda comais. Porque que tenho eu em julgar também os que estão fora? não julgais vós os que estão dentro? Tirai pois dentre vós este iníquo."

Funk, músicas (não hinos), dança, vocabulário frívolo são todas invenções da majestade satânica. Portanto, todos os que usam e gostam deste tipo de atividade e comportamento, ainda que sinceros, estão glorificando o pai da mentira, pois seus atos correspondem com os atos daquele que originou estes mesmos atos.

Sim, irmão, nossos jovens precisam de entretenimento, e pode estar certo, se há um lugar onde haverá entretenimento, este lugar é o céu. Mas creia-me, não é nem de perto este tipo de entretenimento. Não serão músicas agradáveis ao gosto pessoal, gerado nos bailes e rádios do mundo, tampouco as conversações oriundas de gírias grotescas, originadas pela confusão de línguas da torre de Babel, menos ainda o comportamento frívolo. 

Serão hinos santos que, para os jovens e velhos ouvidos não santificados, são muito chatos e parados ou, como diriam alguns, "reverentes demais para o meu gosto". O que realmente nos fará feliz, jamais será o abandonarmos a nossos gostos não santificados e, sim, permitirmos que Deus nos aperfeiçoe, para honra e glória de seu nome.

E o mais triste de tudo isto, é que o verdadeiro problema não são, como dissemos no início, os Quatro Manos. Recentemente esteve em nosso meio um "grande homem" na Obra, que, como ele mesmo diz, tem muitos e muitos anos a serviço da obra, que declarou com alegria que a Igreja Adventista está finalmente mudando sua forma de culto. Deus nos pede reforma, nossos líderes e a maioria de nossos irmãos respondem: Evolução! E sempre que apareça um Elias moderno pregando o arrependimento e a reforma, se levanta um distrital, adepto do conceito de Darwin, gritando: "Evolução, Liberalismo, não sejamos tacanhos..."

Não é coincidência que Babilônia e suas filhas vêm mudando seu estilo de adoração.Não é coincidência que seus líderes têm apregoado uma adaptação necessária às várias culturas existentes, sejam elas africanas, brasileiras, regionalistas ou ainda bairristas, como o caso de Capão Redondo. Para toda esta Babilônia de culturas, apresentamos uma cultura superior, sob a qual todos os filhos de Deus estarão unidos. A cultura divina, a palavra de Deus, útil para ensinar, repreender, exortar, e guiar no caminho para o céu.

Que o Deus de Abraão, aquele em quem não há mudança nem sequer sombra de variação, possa mostrar-nos que os tempos mudam, o comportamento dos que habitam na terra mudam, os conceitos humanos mudam, mas... "Eu sou o Senhor seu Deus, Eu não mudo."

Em Cristo, RB.

Leia também:

[Retornar]

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com